Palavra do Colaborador-mês de Junho de 2009


Lucas Faligurski



Frederico Westphalen, 30 de maio de 2009



Neste mês acho interessante trazer aqui o discurso de Sua Santidade o Papa João Paulo II no enconcontro com os jovens no Brasil em 1991.

Queridos jovens! Queridos amigos!


DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II AOS JOVENS NO ENCONTRO NO PALÁCIO DE ESPORTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO
Cuiabá, 16 de Outubro de 1991
!Queridos jovens !queridos amigos!


1. Esta manhã, enquanto
sobrevoava uma bela região do Estado do Mato Grosso, confesso-lhes que senti o
impulso espontâneo de dar graças a Deus: eu contemplava esta terra magnífica, e
a via como um dom divino, como uma oferta e uma promessa de vida.
No mesmo
instante, lembrei-me de vocês, e a ação de graças se tornou mais intensa. Vocês,
jovens, são o melhor dom de Deus, a maior e a mais bela oferta e promessa de
vida dada por Deus ao Brasil!
Sempre experimentei uma alegria muito especial
nestes encontros que, graças a Deus, tenho freqüentemente com os jovens.
Lembro-me particularmente, da recente e sugestiva manifestação dos jovens em
Czêstochowa, no passado mês de agosto. É uma lembrança comovedora, pelos
abundantes frutos da graça enviados pelo Senhor. Estou feliz em poder
compartilhar hoje esta graça, com os jovens do Mato Grosso e de tantos outros
lugares do Brasil. Estou feliz porque hoje posso celebrar, na companhia de
vocês, o 13 aniversário do dia em que o Senhor, pela voz da Igreja, me escolheu
para ser o Bispo de Roma, o sucessor de Pedro.
A juventude é um grande dom
divino, é “uma riqueza singular do homem” (Ioannis Pauli PP. II Epistula
Apostolica ad iuvenes Internationali vertente Anno Iuventuti dicato, 3, die 31
mar. 1985: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, VIII, 1 (1985) 760). Para vocês, a
vida se apresenta como uma estrada aberta para o infinito. É no coração do jovem
que se desenham, se projetam e se forjam as perspectivas futuras da humanidade.
Se é verdade que, infelizmente, existem limitações e obstáculos para o pleno
desabrochar dos seus sonhos humanos, também é certo que estes sonhos permanecem
sempre abertos aos grandes ideais. Nada nem ninguém, a não ser nós mesmos, pode
frustrar esses ideais.
2. Vocês iniciam a vida num momento crucial da
história. Vão ser os primeiros protagonistas do terceiro milênio, que está para
começar. São vocês, jovens, os que vão traçar os rumos desta nova etapa da
humanidade. São vocês os que lhe vão dar o sentido. O Papa contempla, com
alegria, a grandeza desta missão, e as esperanças do Brasil que vocês têm nas
mãos. Consciente da imensa tarefa que os espera, sinto-me movido a fazer-lhes
uma veemente convocação. O Papa, queridos amigos, veio hoje convocá-los para um
decisivo encontro, e para um empolgante caminho.
Em primeiro lugar, para um
encontro, decisivo, do qual vai depender o significado e a projeção de suas
vidas. Vocês já perceberam que quero falar-lhes do seu encontro, cada dia mais
pleno e autêntico, com Cristo.
Só Jesus é, e será sempre, a resposta aos
grandes anseios, aos infinitos desejos, aos ideais mais elevados que fervilham
no coração humano. N’Ele, em Jesus, está a Verdade sem sombra de mentira, n’Ele,
o Caminho claro e sem desvios, n’Ele está a Vida (Cfr. Jo 14, 6). Cristo fixa em
vocês o olhar do seu amor (Cfr. Mc 10, 21), e lhes diz: “Eu sou a luz do mundo,
aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12).
Só Jesus é a luz, só n’Ele se encontram todos os ideais!
Estou certo de que
muitos de vocês se lembram de que Cristo compara sua palavra viva, o ideal
divino que oferece aos homens, a uma semente, que Ele próprio, passando junto de
cada um, vai semeando nos corações (Cfr. Mt 13, 4 ss). Esta semente tem
poder para transformar o campo da vida, o campo do mundo, numa colheita
exuberante de frutos. Nesta semente se contém o germe de todas as realizações
verdadeiras, de todos os sonhos de grandeza, de bondade e de bem.
3. Mas a
semente da palavra de Cristo crescerá, até seu pleno desenvolvimento, se, como
diz Jesus, encontrar “boa terra”, isto é, o solo acolhedor de um coração
generoso e bom (Cfr. Lc 8, 15).
Ao convocá-los para um autêntico encontro
com Cristo, o que lhes peço é isto: ofereçam a Jesus seus corações abertos de
par em par! Abram confiadamente as almas aos tesouros da verdade cristã! Busquem
com empenho uma formação, que leve ao amadurecimento da fé! Mantenham a vida
totalmente aberta às fontes da graça, que brotam dos Sacramentos! Deixem o
coração abrasar-se, como os discípulos de Emaús, (Cfr. Lc 24, 32) junto de
Cristo, pão vivo e palavra de vida. Permitam que Ele viva em vocês, para assim
se tornarem capazes de amar o mundo, os homens todos, como Ele os amou (Cfr. Jo
15, 12-13).
Voltemos à parábola do Semeador. A semente da palavra de Deus
tem certamente uma ilimitada potencialidade de frutos. Mas pode ser rejeitada,
pode ser abafada, pode murchar.
Que poderia fazer fracassar em vocês grandes
ideais de Cristo? Jesus nos dá a resposta, luminosa e clara, como são todos os
seus ensinamentos.
Em primeiro lugar, poderia frustrar esses ideais o
desinteresse, que procede da ignorância, da indiferença ou do ceticismo, e
relega a palavra de Cristo à margem da vida, “à beira do caminho” (cfr. Mt 13,
19). Em face de um mundo que, em muitos ambientes, parece tornar-se opaco à luz
divina e se empenha em marginalizar a Deus, em face de um mundo que, às vezes,
parece querer expulsar Deus, como um estranho, da vida individual, familiar, e
coletiva, vocês saberão reagir e dizer, ardentemente, como Pedro a Jesus: “Tu
tens palavras de vida eterna, e nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus”
(Jo 6, 68). Vocês deixarão que a fé e o amor de Cristo lancem raízes profundas
em seus corações.
Em segundo lugar, a semente da palavra de Deus pode ser
abafada pela religiosidade superficial, sentimental e inconstante. A parábola
fala do coração semelhante a um solo pedregoso, coberto apenas por uma leve
camada de terra. Recebe a semente com alegria, mas não tem profundidade, “é
inconstante”. E, quando se ergue o sol causticante das dificuldades, a semente
perece queimada (Mt 13, 20-21).
O encontro com Cristo será autêntico se
vocês souberem permanecer constantes no seu amor (Cfr. Jo 15, 6-7), se souberem
manter-se perseverantes e firmes nos ideais cristãos, a despeito de todos os
obstáculos, da forte pressão de um ambiente materializado, de todas as decepções
e de todas as fraquezas.
Deus precisa, a Igreja precisa, o Brasil precisa,
de jovens cheios de fortaleza, que lutem pelos seus ideais com santa
persistência, sem desalento, com o espírito de competição de que falava São
Paulo (Cfr. 1Cor 9, 24). Isto exige sacrifício? Sim! Isto exige a lealdade e a
valentia de não se curvar diante do ambiente? Sem dúvida! Isto exige também a
humildade de recomeçar, voltando uma e outra vez, como o Filho pródigo, por meio
do Sacramento da Reconciliação, da confissão pessoal arrependida mas cheia de
esperança. Não tolerem que seus ideais cristãos sejam, como se diz nesta terra,
“fogo de palha”. Combatam “o bom combate da fé”(1Tm 6, 12), do amor, da
santidade! Esta é a meta de todo cristão.
4. Por último, Cristo fala de
espinhos que sufocam a semente (Cfr. Mt 13, 7). Quais são esses espinhos? “Os
cuidados do mundo, diz Jesus, e a sedução das riquezas” (Cfr. Mt 13, 22). Nosso
Senhor alerta para o desfecho estéril daquelas vidas que colocam sua realização
na satisfação mesquinha de desfrutar, de “ter”, e não no esforço de “ser” (Cfr.
Ioannis Pauli PP. II Epistula Apostolica ad iuvenes Internationali vertente Anno
Iuventuti dicato, 3, die 31 mar. 1985: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, VIII,
1 (1985) 803ss).
As riquezas da fé cristã e sua promessa de frutos ficariam
sufocadas se vocês, jovens, fizessem do prazer desordenado e da ambição material
um ídolo, ao qual subordinassem a própria vida. Com palavras vigorosas, São
Paulo fala de alguns “cujo deus é o ventre” (Fl 3, 19). À sua volta, vocês
encontram muitos que, infelizmente, erigiram como um falso deus a fruição
egoísta do sexo, ou tentaram silenciar o próprio vazio interior na fuga para o
alcoolismo e as drogas, verdadeiros tiranos que aniquilam os que a eles se
submetem. Encontram outros que se deixaram seduzir pela tentação do ganho fácil,
renunciando ao esforço do trabalho e da solidariedade fraterna, buscando apenas
uma egoísta afirmação de si mesmos.
A estes infelizes companheiros, vocês
devem oferecer um testemunho límpido de pureza, de castidade, de sacrifício
alegre, de espírito de serviço e de caridade cristã. Vocês devem anunciar-lhes,
com a clara luz de sua alegria, que vale a pena seguir a Cristo pelo caminho do
amor que Ele nos traçou: a abnegação alegre de todo egoísmo, a doação, a
generosidade de abraçar a cruz salvadora (Mt 16, 24-25).
5. Eu lhes falava,
no início deste encontro, de uma dupla convocação. Já me referi à primeira: o
Papa os convoca para um encontro pessoal e renovado com Cristo! A segunda
convocação - vocês se lembram - era para um empolgante caminho.
“Aquele que
afirma permanecer em Cristo - diz São João - deve também andar como Ele andou”
(1 Jo 2, 6), deve assumir o próprio caminho de Jesus.
Cristo continua
trilhando os caminhos do mundo. O Semeador continua procurando os corações dos
homens. Ele quer chegar a esses corações caminhando com vocês, agindo por meio
de vocês. Todos têm a missão maravilhosa de percorrer as estradas da vida sendo,
como diziam os primeiros cristãos, “portadores de Cristo”. Este é o caminho para
o qual o Papa os convoca.
6. Caminhando com Jesus, identificados com Ele,
vocês serão “pescadores de homens”, serão apóstolos que, a exemplo de Cristo,
estenderão a mão para levar a luz e a vida de Deus aos amigos, aos parentes, aos
companheiros, que se afundam nas águas da desorientação ou nelas flutuam à
deriva. Deus lhes pede a coragem do testemunho cristão, inabalável perante as
pressões que os cercam, a coragem da sua palavra, cheia de convicção que nasce
da fé experimentada e vivida. A alguns, penso que pode ser a muitos, Deus pede
mais: a generosidade de se dedicarem inteiramente ao seu serviço e aos seus
irmãos, a generosidade de deixar todas as coisas, como os Apóstolos, e de
segui-l’O (Cfr. Lc 5, 11).
Caminhando com Jesus, vocês, reunidos em
comunidades, movimentos e outro grupos da Igreja, serão renovado fermento de
evangelização nesta terra.
Caminhando com Jesus, vocês serão capazes de
tornar realidade as metas cristãs da justiça e do amor, e de promover profundas
transformações sociais. O Brasil precisa de vocês. Em suas mãos está o futuro,
no qual a “civilização do egoísmo” deve abrir passagem, sem ceder à tentação do
ódio ou da violência, à “civilização do amor”.
Caminhando com Jesus, vocês
se tornarão conscientes de que uma das maiores e mais necessárias contribuições
que os jovens podem dar à renovação cristã da sociedade é o amor ao trabalho.
Nunca se esqueçam de que, junto com o empenho por promover uma ordem social
mais justa, a grandeza de uma Nação se alicerça sobre o trabalho. Sem cultivar o
espírito de responsabilidade e de perfeição no trabalho, os mais nobres ideais
se desvanecem em palavras vazias.
Lembrem-se de que Jesus foi conhecido
pelos seus conterrâneos de Nazaré como “o trabalhador” (Mc 6, 3), e de que Ele
quis dar, ao longo de quase trinta anos, o exemplo de uma vida dedicada, intensa
e amorosamente, ao trabalho. Também neste ponto é preciso “andar com Cristo”, é
preciso “andar como Ele andou” (Cfr. 1Jo 2, 6).
Vocês farão isto se
assumirem, como parte da missão que Deus lhes dá, que a santificação do trabalho
comporta: perfeição, dedicação, sacrifício e persistência, dia após dia, sem
ceder à preguiça ou ao cansaço. Ser santo no trabalho supõe o desejo de
superação, a responsabilidade pessoal e o espírito de serviço.
Caminhando
com Jesus, muitos de vocês, lutarão, enfim, por viver a pureza santa do amor
humano e serão os construtores de autênticos lares cristãos, verdadeiros focos
de irradiação do espírito de Cristo na sociedade (
Christifideles Laici, 40). A
grande maioria de vocês, sereis chamados por vocação divina para o matrimônio, e
a Igreja quer caminhar junto a vocês para que possais percorrer este caminho com
coragem, conscientes de que a vocação matrimonial é um compromisso formidável,
que os torna protagonistas das transformações, segundo o espírito do Evangelho,
desta célula cristã da sociedade, que é a família.
7. Vinde após mim diz
Jesus! Queridos jovens! Cristo os chama, Cristo os convoca, Cristo quer andar
com vocês, para animar com seu espírito os passos do Brasil rumo ao terceiro
milênio. O Papa tem a certeza de que, no fundo da alma, vocês darão uma resposta
generosa e vibrante a esta convocação: “eis-me aqui, porque me chamaste!” (Cfr.
1Rs 3, 5). Com este apelo, cheio de esperança, termino estas palavras. Dirijo-me
à Virgem Santíssima, Mãe de Jesus e Mãe dos que, por serem irmãos do seu Filho,
devem ser portadores da Boa Nova. Peço-lhe que os conduza, com seu auxílio
materno, até o encontro de que lhes falei, e os acompanhe ao longo de toda a
vida.
Amém.



Creio na Santa Igreja Católica - Tire suas dúvidas.


O que significa a palavra Igreja?

Designa o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da terra, para constituir a assembléia daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo.

Há, na Bíblia, outros nomes e imagens para indicar a Igreja?

Na Sagrada Escritura encontramos muitas imagens que põem em evidência aspectos complementares do mistério da Igreja. O Antigo Testamento privilegia as imagens ligadas ao povo de Deus; o Novo Testamento privilegia as imagens ligadas a Cristo como Cabeça deste povo que é o Seu Corpo, e as imagens retiradas da vida pastoril (redil, rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha) habitacional (morada, pedra, templo), familiar (esposa, mãe, família).

Quais são as origens e a realização plena da Igreja?

A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena no eterno desígnio de Deus. Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi realizada sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua ressurreição. Foi depois manifestada como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos tempos, como assembléia celeste de todos os redimidos.

Qual é a missão da Igreja?

A missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino salvífico.

Em que sentido a Igreja é Mistério?

A Igreja é Mistério enquanto na sua realidade visível está presente e operante uma realidade espiritual, divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé.

Que significa que a Igreja é sacramento universal de salvação?

Significa que é sinal e instrumento da reconciliação e da comunhão de toda a humanidade com Deus e da unidade de todo o gênero humano.

A Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo

Porque é que a Igreja é povo de Deus?

A Igreja é o povo de Deus porque aprouve a Deus santificar e salvar os homens não isoladamente mas constituindo-os num só povo, reunido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Quais são as características do povo de Deus?

Este povo, de que nos tornamos membros mediante a fé em Cristo e o Batismo, tem por origem Deus Pai, por cabeça Jesus Cristo, por condição a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, por lei o mandamento novo do amor, por missão a de ser o sal da terra e a luz do mundo, por fim o Reino de Deus, já iniciado na terra.

Em que sentido o povo de Deus participa das três funções de Cristo: Sacerdote, Profeta e Rei?

O povo de Deus participa no ministério sacerdotal de Cristo, enquanto os batizados são consagrados pelo Espírito Santo para oferecer sacrifícios espirituais; participa no seu ministério profético, enquanto, com o sentido sobrenatural da fé, a esta adere indefectivelmente, a aprofunda e testemunha; e participa no seu ministério real com o serviço, imitando Jesus Cristo, que, rei do universo, se fez servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem.

Como é que a Igreja é corpo de Cristo?

Por meio do Espírito, Cristo morto e ressuscitado une intimamente a Si os seus fiéis. Deste modo, os crentes em Cristo, enquanto unidos estreitamente a Ele, sobretudo na Eucaristia, são unidos entre si na caridade, formando um só corpo, a Igreja, cuja unidade se realiza na diversidade dos membros e das funções.

Quem é a cabeça deste corpo?

Cristo «é a Cabeça do corpo, que é a Igreja (Col 1,18). A Igreja vive d'Ele, n'Ele e para Ele. Cristo e a Igreja formam o «Cristo total» (S. Agostinho); «Cabeça e membros são, por assim dizer, uma só pessoa mística» (S. Tomás de Aquino).

Porque é que a Igreja é chamada esposa de Cristo?

Porque o próprio Senhor Se definiu como o «Esposo» (Mc 2,19), que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus. Enquanto a palavra «corpo» evidencia a unidade da «cabeça» com os membros, o termo «esposa» sublinha a distinção dos dois na relação pessoal.

Porque é que a Igreja é designada templo do Espírito Santo?

Porque o Espírito Santo reside no corpo que é a Igreja: na sua Cabeça e nos seus membros; para além disso, Ele edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas.

"O que o nosso espírito, quer dizer, a nossa alma, é para os nossos membros, o Espírito Santo é-o para os membros de Cristo, para o corpo de Cristo, que é a Igreja" ( S. Agostinho).

Que são os carismas?

Os carismas são dons especiais do Espírito concedidos a alguém para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e em particular para a edificação da Igreja, a cujo Magistério compete o seu discernimento.

A Igreja é una, santa, católica e apostólica

Porque é que a Igreja é una?

A Igreja é una porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo; e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade.

Onde subsiste a única Igreja de Cristo?

A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.

Como considerar os cristãos não católicos?

Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Batismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.

Como empenhar-se em favor da unidade dos cristãos?

O desejo de restabelecer a união de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito. Ele diz respeito a toda a Igreja e realiza-se mediante a conversão do coração, a oração, o recíproco conhecimento fraterno, o diálogo teológico.

Em que sentido a Igreja é santa?

A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.

Porque é que a Igreja se chama católica?

A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela está presente Cristo: «Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica» (S. Inácio de Antioquia). Ela anuncia a totalidade e a integridade da fé; leva e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam.

É também católica a Igreja particular?

É católica toda a Igreja particular (isto é, a diocese e a eparquia), formada pela comunidade de fiéis cristãos que estão em comunhão de fé e de sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que «preside à caridade» (S. Inácio de Antioquia).

Quem pertence à Igreja católica?

Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou estão ordenados à unidade católica do povo de Deus. Estão plenamente incorporados na Igreja católica aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão. Os batizados que não se encontram plenamente nesta unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que imperfeita, com a Igreja Católica.

Qual a relação da Igreja católica com o povo judeu?

A Igreja católica reconhece a sua relação com o povo judeu no fato de Deus ter escolhido este povo entre todos, para primeiro acolher a sua Palavra. É ao povo judeu que pertencem «a adopção a filhos, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas, os patriarcas; dele provém Cristo segundo a carne» (Rm 9,5). Diferentemente das outras religiões não cristãs, a fé judaica é já resposta à Revelação de Deus na Antiga Aliança.

Que ligação há entre a Igreja católica e as religiões não cristãs?

Antes de mais, há o laço comum da origem e fim de todo o gênero humano. A Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o Evangelho e mover em direção à unidade da humanidade na Igreja de Cristo.

Que significa a afirmação: «Fora da Igreja não há salvação»?

Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.

Porque é que a Igreja deve anunciar o Evangelho a todo o mundo?

Porque Cristo ordenou: «ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28,19). Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no amor eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu Espírito porque «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tim 2, 4).

Como é que a Igreja é missionária?

Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso da história a missão do próprio Cristo. Os cristãos portanto devem anunciar a todos a Boa Nova trazida por Cristo, seguindo o seu caminho, dispostos também ao sacrifício de si mesmos até ao martírio.

Porque é que a Igreja é apostólica?

A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo construída sobre o «fundamento dos Apóstolos» (Ef 2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela sua estrutura, enquanto instruída, santificada e governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão, com o sucessor de Pedro.

Em que consiste a missão dos Apóstolos?

A palavra Apóstolo significa enviado. Jesus, o Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo deles testemunhas escolhidas da sua ressurreição e fundamentos da sua Igreja. Deu-lhes o mandato de continuarem a sua missão, dizendo: «Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21). E prometeu estar com eles até ao fim do mundo.

O que é a sucessão apostólica?

A sucessão apostólica é a transmissão, mediante o sacramento da Ordem, da missão e do poder dos Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos. Graças a esta transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino de Cristo na terra.

Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada

Quem são os fiéis?

Os fiéis são aqueles que, incorporados em Cristo pelo Batismo, são constituídos membros do povo de Deus. Tornados participantes, segundo a sua condição, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, são chamados a exercer a missão confiada por Deus à Igreja. Entre eles subsiste uma verdadeira igualdade, na sua dignidade de filhos de Deus.

Como é formado o povo de Deus?

Na Igreja, por instituição divina, existem os ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem e formam a hierarquia da Igreja. Os outros são chamados leigos. De uns e de outros, provêm fiéis, que se consagram de modo especial a Deus com a profissão dos conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e obediência.

Porque é que Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica?

Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica com a missão de apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe deu autoridade. A hierarquia eclesiástica é formada por ministros sagrados: Bispos, presbíteros e diáconos. Graças ao sacramento da Ordem, os Bispos e os presbíteros agem, no exercício do seu ministério, em nome e na pessoa de Cristo cabeça; os diáconos servem o povo de Deus na diaconia (serviço) da palavra, da liturgia, da caridade.

Como se atua a dimensão colegial do ministério eclesial?

A exemplo dos doze Apóstolos escolhidos e enviados por Cristo, a união dos membros da hierarquia eclesiástica está ao serviço da comunhão dos fiéis. Cada Bispo exerce o ministério, como membro do colégio episcopal, em comunhão com o Papa, participando com ele na solicitude pela Igreja universal. Os sacerdotes exercem o seu ministério no presbitério da Igreja particular, em comunhão com o próprio Bispo e sob a sua condução.

Porque é que o ministério eclesial tem um caráter pessoal?

O ministério eclesial tem também um caráter pessoal, pois, em virtude do sacramento da Ordem, cada um é responsável diante de Cristo, que pessoalmente o chamou, conferindo-lhe a missão.

Qual é a missão do Papa?

O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de S. Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja. É o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por instituição divina, tem poder, pleno, supremo, imediato e universal.

Qual é a missão do colégio dos Bispos?

O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa e nunca sem ele, exerce também sobre a Igreja supremo e pleno poder.

Como é que os Bispos exercem a sua missão de ensinar?

Os Bispos, em comunhão com o Papa, têm o dever de anunciar o Evangelho a todos, fielmente e com autoridade, como autênticas testemunhas da fé apostólica e revestidos da autoridade de Cristo. Mediante o sentido sobrenatural da fé, o Povo de Deus, adere indefectivelmente à fé, sob a condução do Magistério vivo da Igreja.

Quando se exerce a infalibilidade do Magistério?

A infalibilidade exerce-se quando o Romano Pontífice, em virtude da sua autoridade de supremo Pastor da Igreja, ou o Colégio Episcopal, em comunhão com o Papa, sobretudo reunido num Concílio Ecumênico, proclamam com um ato definitivo uma doutrina respeitante à fé ou à moral, e também quando o Papa e os Bispos, no seu Magistério ordinário, concordam ao propor uma doutrina como definitiva. A tais ensinamentos cada fiel deve aderir com o obséquio da fé.

Como é que os Bispos exercem o ministério de santificar?

Os Bispos santificam a Igreja dispensando a graça de Cristo, mediante o ministério da palavra e dos sacramentos, em particular da Eucaristia, e também com a oração e o seu exemplo e trabalho.

Como é que os Bispos exercem a função de governar?

Cada Bispo, enquanto membro do colégio episcopal, exerce colegialmente a solicitude por todas as Igrejas particulares e por toda a Igreja, juntamente com os outros Bispos unidos ao Papa. O Bispo, a quem é confiada uma Igreja particular, governa-a com a autoridade do poder sagrado, próprio, ordinário e imediato, exercido em nome de Cristo, bom Pastor, em comunhão com toda a Igreja e sob a condução do sucessor de Pedro.

Qual é a vocação dos fiéis leigos?

Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus. Correspondem assim ao chamamento à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os batizados.

Como participam os fiéis leigos na função sacerdotal de Cristo?

Participam nela oferecendo - como sacrifício espiritual «agradável a Deus por Jesus Cristo» (1 Ped 2,5), sobretudo na Eucaristia - a sua vida com todas as obras, as orações e as iniciativas apostólicas, a vida familiar, o trabalho de cada dia, as agruras da vida suportadas com paciência e os lazeres corporais e espirituais. Deste modo, os leigos, dedicados a Cristo e consagrados pelo Espírito Santo, oferecem a Deus o próprio mundo.

Como participam na sua função profética?

Participam nela acolhendo cada vez mais na fé a Palavra de Cristo e anunciando-a ao mundo com o testemunho da vida e da palavra, a ação evangelizadora e a catequese. Esta ação evangelizadora adquire uma particular eficácia pelo fato de ser realizada nas condições ordinárias da vida secular.

Como participam na sua função real?

Os leigos participam na função real de Cristo, tendo recebido d'Ele o poder de vencer o pecado em si mesmos e no mundo, mediante a abnegação de si e a santidade de vida. Exercem vários ministérios ao serviço da comunidade e impregnam de valor moral as atividades temporais do homem e as instituições da sociedade.

O que é a vida consagrada?

É um estado de vida reconhecido pela Igreja. É uma resposta livre a um chamamento particular de Cristo, mediante a qual os consagrados se entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a moção do Espírito Santo. Tal consagração caracteriza-se pela prática dos conselhos evangélicos.

O que é que a vida consagrada oferece à missão da Igreja?

A vida consagrada participa na missão da Igreja mediante uma plena dedicação a Cristo e aos irmãos, testemunhando a esperança do Reino celeste.


Por: Carlos Henrique Wolkartt

Fontes: (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica - Questões 147 a 193)

As Falsas Religiões


O que são as falsas religiões?

Lemos em I Jo 4: "Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus. Porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo. Nisto se reconhece o Espírito de Deus:" todo espirito que não proclama Jesus, não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido e já está no mundo. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus permanece n’Ele e Ele em Deus. Portanto, toda religião que não aceita JESUS, como FILHO DE DEUS, como único SAVADOR E SENHOR, que ressuscitou e está sentado à direita de Deus Pai é uma falsa religião. O único que pagou o resgate de nossos pecados, alcançando-nos a salvacão é JESUS: Rm.3. 21-26. A grande sanha, o grande desejo do inimigo, o demonio, é tirar o lugar de Deus. Não podendo der- rubar a Deus, ataca os seus filhos: os homens. Depois do Vaticano II veiculou a idéia: todas as religiões são boas. Sim, todas as religiões tem algo de bom, que pertence ao cristianismo. Mas, junto com o bom, há muita coisa falha. O que pregam as falsas religiões Professam uma DOUTRINA contrária à DOUTRINA CATÓLICA. Negam a Redenção de nossos pecados obtida por JESUS, FILHO DE DEUS RESSUCITADO. Cada pessoa se autopurifica, através de reencarnações sucessivas. Geralmente vem das religiões primitivas: caldeus, assírios, babilônios, que faziam uso da magia: "poderes sobrenaturais fora de Deus" II Tm 4, 1-5 ss; I Jo 4, 1-6; II Cor l l,l4. Para estas religiões JESUS não é DEUS. São como lobos com pelo de ovelhas: Mt 7 1,4- 20. Pregam um outro Evangelho. Mas, a Bíblia diz que há um só Evangelho. Muitas delas imitam os Dons do Espirito Santo. As aparentes curas pagam um alto preço: escravidão, angústia, confusão. São proibidas pela Bíblia,desde o Antigo Testamento: Deut 18,09-14 O Senhor ordena: "Se inteiramentedo Senhor teu Deus" não podemos andar com os pés em duas canoas. O pecado original tirou a visão do procedimento reto. Por isso nos enganamos muitas vezes, na busca da verdade. Os antigos acreditavam que as divindades moravam nos astros daí a astrologia. Os médiuns se treinam para receber o demônio. Estamos cercados de ocultismo. Um pontinho amarelo pode ser o começo de um grande abcesso. Cuidado com as contaminações: objetos, livros, etc. Denunciando as falsas religiões nós estamos condenando os participantes destas religiões, mas apresentando os pontos de doutrina que entram em contradição com a nossa Doutrina Cristã. Um católico convicto que deu sua adesão integral a Jesus Cristo, não pode aderir a nenhuma falsidade, uma vez que se consagrou totalmente ao Verdadeiro Deus.


Falsas religiões mais espalhadas no Brasil

São espiritismo, umbanda, macumba, candomblé, moonismo, igreja messiânica mundial, secho-no-ie, hinduismo, legião da boa vontade, testemunhas de Jeová, mormons, adventistas, religião muçulmana, família de amor (ex: meninos de Deus), budismo, hare krisma, ciência cristã, Perfect Liberty, etc... Devemos também nos precaver quanto as técnicas de relaxamento: controle mental, Yoga, Meditação Transcedental, Pirâmides. Cuidado também com as sociedades secretas: Maçonaria e Rosa Cruz, bem como teosofia e astrologia.

RELIGIÕES ORIENTAIS

Seicho-ie: diz que não existe pecado I Jo 1,8-1o. Prega o panteismo: tudo é Deus. Como esta religião, todas as vindas do Oriente, pregam a reencarnação: budismo, hinduismo, cabala, etc...

FILOSOFIAS ORIENTAIS GERANDO TÉCNICAS

Controle Mental

Exalta o poder da mente: o homem se considera um deus, o verdadeiro. DEUS é usado como acessório. Fecha a pessoa no seu "eu". Dá um alívio ilusório. Há o condicionamento pela hipnose. Produz um esvaziamento espiritual. Imaginam entidades, que sáo consultadas para se entrar no laboratório interior e aí resolverem os seus problemas. É um passo para o espiritismo. Os que vivem segundo a natureza humana tem suas mentes controladas pela natureza humana. Isto produz a morte Rm 8,5 ss.

Meditação Transcendental

Também de origem oriental. Usam, para o relaxamento, uma palavra secreta "mantra" que liga a pessoa a uma divindade pagã, sob cuja ascendência a pessoa se coloca. Campo aberto para atuação demoníaca, conforme testemunhou um engenheiro que fez e deixou este tipo de relaxamento.

Sociedades Secretas

Rosacruz

Desenvolvimento do poder da mente. Fazem transportes para anular pessoas. Tem planos de destruiação. Prestam culto à satanás.

Maçonaria

Lançam mão de qualquer meio para atingir os seus fins. As obras filantrópicas escondem seus verdadeiros objetivos. Fazem uso da missa negra. O que deve fazer quem participou de uma falsa religiáo? Deve procurar reconciliar-se com Deus através do Sacramento da Confissão e passar a ser um católico convicto e praticante. É bom renovar as "promessas do Batismo" que os padrinhos fizeram em nosso nome: renunciar a satanás, a todo pacto feito com o demônio. Renunciar às falsas religiões, de todo o coração. Fazer um ato de fé em Deus Pai, em Jesus Salvador e Senhor, em Maria, na Santa Igreja. Deve se desfazer e queimar: livros, objetos, roupas próprias daquele culto, estatuetas representativas de deuses pagãos. O que mais não está de acordo com a doutrina cristá? O uso de certos objetos como: ferraduras, etc. ou determinadas plantas usadas para atrair a sorte, constituindo, isto, uma superstição, até mesmo idolatria, abribuindo-les poderes que não tem. Incluimos o uso da "pirâmide" tão em moda, mas que nada tem de comprovadamente científico. Não é exato, como nos disse um cientista, que o vértice da piramide atraia energias cósmicas. A piramide passou a ser algo idolátrico.

O católico pode ir à cartomante ou benzedeira?

Não. Pecado de superstição. Busca de poderes fora de Deus. Proibido pela Bíblia. Dar bençãos de caráter religioso compete apenas àquele que foi legimamente incumbido desta missão: o sacerdote.

Legião da Boa Vontade

Fundada por Alziro Zarur, já falecido. Prega a reencarnação. Instituição rica, embora peçam recursos.

O que falar da astrologia?

A Bíblia condena a astrologia em Dt 18, 10-12. Tem origem em épocas remotas, entre os caldeus e os babilônios que adoravam astros.

Então, nem todas as reIigiões são boas?

Devemos nos ater a Doutrina de Cristo, integralmente, e não nos filiar à religióes fundadas por homens. Cristo fundou uma Igreja só e a esta devemos aderir e a nenhuma outra. Como podem ser boas, se uma ensina coisas contraditórias a outra? A verdade é uma só "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" disse Jesus. A Igreja Católica não pode fazer ecumenismo com as falsas religiões? Náo é possível. São religiões pagãs. Falta a base principal: a fé em Jesus Cristo, Filho de Deus Vivo. Devemos combater o erro, amar os que erram.

Como comtemplação desta reflexão sugerimos a leitura do livreto: "Verdadeiro Caminho e Falsos Caminhos".


Beatos Pe. Manuel Gómez Gonzales e coroinha Adílio Daronch


Venho por meio deste blog pedir a a ajuda de todos para a divulgação nacional dos Beatos Pe. Manuel e Coroinha Adílio que foram beatificados no ano de 2007


Conto agora um pouvco da história...


Santos do Brasil » Nonnoai


- Mártires Pe. Manuel e Adílio
Beatos Mártires Pe. Manuel Gomez Gonzalez e coroinha Adílio Daronch de Nonoai, RS
Biografias, história do martírio e informações
Há oitenta anos, no sertão do Alto Uruguai, região norte do Estado do Rio Grande do Sul, dava-se um crime bárbaro: Pe. Manuel Gómez González e seu coroinha Adílio Daronch eram assassinados com requerentes de crueldade. Este tempo não foi suficiente para apagar da memória popular o exemplo de coragem, profetismo e espírito missionário dos Mártires do Alto Uruguai.
Pe. Manuel Gomez Gonzalez, filho de José e Josefa, nasceu em 29 de maio de 1877, em São José de Ribarteme, Diocese de Tuy, na Espanha. Recebeu o batismo no dia seguinte. Seu sonho de menino de ser padre realizou-o em 24 de maio de 1902.Em 1904, depois de exercer seu ministério sacerdotal em sua terra natal, passou para a Arquidiocese de Braga, Portugal, onde foi pároco das Paróquias Nossa Senhora do Extremo (1905-1911), e de Santo André e São Miguel de Taias e Barrocas (1911-1913).Em 1913, devido à perseguição religiosa à Igreja Católica Portuguesa, obteve licença para vir ao Brasil. Chegando ao Brasil, apresenta-se ao Bispo de Rio de Janeiro e é encaminhado ao Bispo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que o nomeia pároco de Soledade - RS em 23 de janeiro de 1914.Há 29 de dezembro de 1915 é nomeado pároco da Paróquia de Nonoai, região norte do estado. Em Nonoai desempenhou sua missão evangelizando seu povo com esmero e dedicação até 1924.
No exercício de seu ministério em Nonoai se cruzam os caminhos de Pe. Manuel e de Adílio Daronch, outro jovem mártir. Adílio nasceu no dia 25 de outubro de 1908, em Dona Francisca, Município de Cachoeira do Sul – RS. Seus pais, Pedro Daronch e Judite Segabinazzi, tinham 08 filhos: Ermínia, Abílio, Adílio, Zulmira, Anita, Carmelinda, João e Vilma. Em 1911, a família transferiu-se para Passo Fundo e, em 1913, para Nonoai. Fazia parte do grupo de adolescentes que acompanhavam o Pe. Manuel em visita às comunidades do interior, inclusive a dos índios Kaingang. Além de servir o Altar, Adílio e outros colegas, eram alunos da escola pelo padre fundada e dos quais era também professor.
Pe. Manuel sabia do perigo que enfrentava. Não foi nada fácil como ele próprio expressa numa de suas cartas, datada há 11 de janeiro de 1916, a Dom Miguel Lima Verde, bispo de Santa Maria: "Com bastante dificuldade terei que lutar, mas tudo desaparecerá com a ajuda de Deus"(Carta ao Bispo de Santa Maria, D. Miguel de Lima Valverde, datada de 11 de janeiro de 1916). Pe. Manuel refere-se ao contexto histórico da Revolução de 1923.
Enio Felipin e Teresinha Derosso, em recente publicação, descrevem esse cenário com detalhes: "O Rio Grande do Sul viu seu chão, manchado pelo sangue de homens, tombados pela cruel Revolução de 1893, que teve como marca a degola, dilacerando vidas e trazendo desgraça e tristeza para muitas famílias. Essa Revolução deixou sentimentos de vingança e violência em muitos corações, que teve quase continuidade na Revolução de 1923, ocorrendo nesta, muito banditismo misturado às causas do combate. Homens violentos e vingativos, sem seleção alguma, integravam os corpos provisórios da infantaria, espalhando a morte e o terror por onde passavam... A região norte do Estado, o Alto Uruguai, foi a primeira a sofrer pela revolução, por anos de sangue, saques e baixas vinganças. As cidades de Passo Fundo e Palmeira das Missões foram atacadas pelos caudilhos Mena Barreto e Leonel da Rocha. O general Fermino de Paula defendeu Passo Fundo e o general Valzumiro Dutra defendeu Palmeira. Eram maragatos e chimangos promovendo cenas de sangue, fazendo o povo sofrer muito. Até o padre Manuel Roda, pároco de Palmeira, sofreu perseguições pelos revolucionários, retirando-se para a Argentina" (DEROSSO, Teresinha e FELIPIN, Enio. Mártires da Fé: Pe. Manuel Gómez Gonzalez e Coroinha Adílio Daronch.Gráfica e Editora Pluma, 2003, pp. 22-23)
Em 1924, devido à vacância da Paróquia de Palmeira das Missões, o Bispo de Santa Maria, determinou ao Pe. Manuel para atender os cristãos do sertão do Alto Uruguai. Lá foi ele com a missão de batizar, celebrar casamentos e primeiras comunhões, e catequizar o povo daquela vasta região, mas sabendo do perigo que devia enfrentar. Noutra carta expressa sua angústia: "Devido ao meu estado de saúde, a anormalidade deste município e não havendo garantias de vida, por estar toda esta zona desde Nonohay até Palmeira em poder dos revolucionários... e temendo ser agredido na estrada... ou ficar de a pé, suplico a Vossa Excelência Reverendíssima, humildemente me dispense deste cargo ao menos enquanto durar este estado anormal..."(Carta ao Bispo de Santa Maria, datada há 08 de agosto de 1923). Encorajado pela fé pôs-se à missão.
Foi a caminho dessa missão e numa perseguição pelas comunidades de colonos, próximo de Três Passos, distante 250km de Nonoai, sua paróquia, que Pe. Manuel e seu coroinha Adílio caíram numa emboscada armada por soldados provisórios. Foram amarrados, maltratados... Tudo terminou com dois tiros no sacerdote e três tiros no menino de 15 anos. Era dia 21 de maio de 1924. Foram sepultados no mesmo cemitério que iriam abençoar.
Manuel, homem de fé, com bondade e paciência, soube exercer seu trabalho pastoral. Reativou o apostolado, realizou um fecundo trabalho com as crianças, abrindo uma escola gratuita. De espírito humanitário trabalhou pelo bem da cidade e do seu povo: constrói uma olaria, hotel e, com a ajuda da comunidade, construiu casas para os sem-teto de Nonoai. De preocupação inovadora, introduziu o cultivo de novos produtos junto aos agricultores de sua região. Incansável propagador da paz fez ecoar sua voz por todos os cantos: "Peço a Deus que isto que se está dando em nosso Estado cesse quanto antes e venha uma paz para ambos os partidos".(Carta ao Bispo de Santa Maria, D. Atico Eusébio da Rocha, datada de 18 de julho de 1923).
Adílio, testemunho leigo, deixou-se seduzir pelo Senhor e colocou-se a serviço de seu Altar redentor. Vítima inocente de uma época de violências mostrou sua coragem e sua fé. Um exemplo de zeloso cuidado com as coisas de Deus. Nele nossos adolescentes e jovens devem buscar a inspiração para seus ideais.
E, por fim, poderíamos dizer que "destruíram os corpos, mas continua a seiva viva do testemunho a correr nas pessoas que conheceram e que crêem no projeto dos dois ‘mártires’".São testemunhos assim que atraem milhares de romeiros e romeiras devotos todos os anos ao Santuário Nossa Senhora da Luz e dos Servos de Deus Pe. Manuel e Coroinha Adílio, em especial, por ocasião da Romaria no terceiro domingo de maio.
Fama de santidade
Desde a divulgação dos crimes foram chamados de mártires pelo povo. Todo dia de finados era rezada missa pelos mártires, com presença cada vez maior de peregrinos.Em março de 1964, por determinação do Bispo Diocesano de Frederico Westphalen, Dom João Hoffmann (in memoriam), os restos mortais do Padre Manuel Gómez González e do Coroinha Adílio Daronch foram exumados e colocados em duas caixas de madeira.No dia 03 de março de 1964, tendo a frente Dom João Hoffmann, iniciou-se longa e solene peregrinação com os restos mortais dos dois mártires por Paróquias e Capelas inscritas num roteiro.No final de maio daquele ano as preciosas relíquias entravam solenemente na cidade de Nonoai. A recepção dos despojos do antigo Vigário e do seu fiel Coroinha ocorreu por autoridades Eclesiais, Civis e uma multidão de fiéis. Ao meio dia, foram colocados no Mausoléu ao lado da Igreja Matriz Nossa Senhora da Luz. Desde então vem sendo celebrada anualmente a Romaria Penitencial ao Santuário Nossa Senhora da Luz, em Nonoai - RS. Neste ano acontece a 40ª edição.
Oração para a beatificação e canonização
"Ó Deus de bondade, que vos comprazeis em acudir as necessidades de vosso povo em atenção aos méritos dos justos, concedei-nos, por intermédio de vossos servos, Pe. Manuel e Adílio, a graça que vos pedimos, pois eles foram fiéis na terra, testemunhando com o próprio sangue sua fé no Redentor.Fazei que, para vossa maior glória e proveito dos fiéis, sejam glorificados na terra com as honras da Beatificação e Canonização. Por Cristo Senhor Nosso. Amém."
Resultado da enquete realizada neste site sobre os Mártires:Você conhecia algo sobre os mártires de Nonoai?Conhecia muito bem: 10,56%Conhecia um pouco: 6,83%Somente tinha ouvido falar: 4,97%Nunca tinha ouvido falar: 77,64%
Informações
Dia da memória litúrgica: 21 de maioRestos Mortais dos mártires: na Capela dos Mártires, anexo ao Santuário N. S. da Luz, em Nonoai, RS.Para comunicar graças alcançadas sobre os mártires e maiores informações:
Paróquia e Santuário Nossa Senhora da LuzAv. Rocha Loires, 340 – Caixa Postal, 2299.600-000 – NONOAI – RSFone: (54)362-1284/362-2516
(Pe. Altair Antônio Claro - Pároco do Santuário Nossa Senhora da Luz, Nonoai – RS)E-mail: nossaluz@slavenet.com.br
Links:
www.diocesefw.com.br (Diocese de Frederico Westphalen)
www.martiresdenonoai.com.br (Mártires de Nonoai)
www.beatosdors.com.br (Beatos Mártires do RS)
Causa de Canonização"Nada Obsta" recebido em 29/03/1996, permitindo a abertura da causa, o que ocorreu em 14/06/1996, na diocese de Frederico Westphalen. Encerrada essa fase diocesana em 12/05/1997, e enviada a Roma, pelo Postulador Frei Paolo Lombardo. Vice-postulador no Brasil: Pe. Arno Maldaner. Coleta de novos documentos em 1998, enquanto se preparava a POSITIO. Inicio do julgamento de mérito da causa e voto da Comissão Histórica aos 14/02/2001. Decreto Sobre o Martírio em 16/dezembro/2006, e beatificação em 21/outubro/2007, em Frederico Westphalen, RS, em cerimônia presidida pelo Delegado Papal, o Cardeal Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

portanto peço que me ajudem na divulgação dos beatos se minha diocese

participem também da comunidade:

QUEREMOS A INCLUSÃO DOS BEATOS

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=85240177

DESDE JÁ MUITO OBRIGADO

Frederico Westphalen, 17 de maio de 2009

Lucas Faligurski

Cristãos parciais Igreja nenhuma precisa!!!!

"A Igreja de hoje não precisa de "cristãos em tempo parcial", mas sim de cristãos em tempo integral!"
João Paulo II
Essa frase sempre repeti aqueles que diziam sou católico, e eu perguntava tu és católico?nunca te vi na Igreja, mas sim assistindo pela TV cultos protestante.
O verdadeiro Católico é aquele que cre na Igreja, aquele que faz o que a Igreja pede, e aquele que vai na Igreja (se está em plenas condições), mas uma frase resumiria o que é ser católico:
-"O verdadeiro Católico é aquele que cre com a Igreja e como a Igreja"
Frederico Westphalen, 16 de maio de 2009
Lucas Faligurski

Comunicado.

Agora estava eu a pensar no que poderia publicar para não perder o costume.Pois bem resolvi eu mesmo escrever e mais decidi que vou escrever um artigo, carta,etc..., aos seguidores e visitantes desse blog.
Pois bem; eis meu primeiro artigo:

Irmãos e irmãs saúdo-vos como São Paulo em muitas de suas cartas:

-Caríssimos:
Neste dia de comemoração da 1ª aparição de Nossa Senhora de Fátima gostaria de refletir sobre o mistério da salvação anunciado por Ela naquele 13 de maio.
Começo minha reflexão com uma frase "pronta " que quase todos conhecem e é muito usada para explicar as aparições da Virgem em tantos lugares pelo mundo afora. Eis a frase:
"Deus está sempre conosco ..."
Pois bem Ele está conosco e como nos ama tenta-nos de qualquer forma anunciar a maneira da salvação e Ele por meio de Maria Deu-nos uma maneira simples,fácil e rápida:
Qual??
O terço!!!
Deus e Sua Mãe Santíssima estão a todo instante a olhar por nós estão prontos a nos socorrer.
E será que nós não teriamos 30 minutos para comtemplar os mistérios de nossa redenção através das Ave-Maria's???
Essa questão está envolvida com a seguinte frase:
-" Senhor por que pensais tanto em mim? E eu por que penso tão raramente me Vós???"
O mundo vive ocupado, cheio de problemas que precisamos resolver!
Essa é uma das disculpas para a nossa falta com Deus.
OBS: Será que se pedíssemos ajuda A Deus, Ele não nos ajudaria a resolver este problema tudo não ficaria mais fácil???
É como diz meu Pároco em seus sermões de casamento quando pede aos casais que rezem:
-" A crise mundial não é economica e sim é a falta de Deus!"
Perdemos muito tempo com coisas inúteis que em nada nos ajuda. E mesmo assim não poderíamos reservar 30 minutos por dia ao Nosso Deus e a Nossa Mãe???
Pensemos nisso!!!!!
Bom tenho em pensamento outra questão que gostaria de tornar pública:
Sobre Orar em Línguas:
A Biblía diz que quando os Apóstolos oraram em linguas todos entendiam oque eles falavam e agora quando protestantes e carismático oram em lingua não entendemos nada me expliquem por favor??Mas a Biblia esta errada ou eles que estão?
OBS: QUERO DEIXAR BEM CLARO QUE MINHA INTENÇÃO NÃO É OFENDER NEM CRITICAR NINGUÉM!!!!
13 de maio de 2009
Festa de Nossa Senhora de Fátima.
Lucas Faligurski

Fátima






Venho me adiantando em desejar a Mãe os parabéns amanhã é dia Dela


e gostaria de publicar algumas palavras que amanhã direi a Ela


TE AMO


OBRIGADO


CUIDA DOS TEUS FILHOS


CONSOLA NOSSO REI JESUS PELAS NOSSAS OFENSAS


CONTINUA A GUIAR NOSSAS ALMAS


ENFIM:


VIVA A MÃE


QUE NESTE DIA DA MÃE FÁTIMA TÃO LINDA E TÃO AMADA A PAZ REINE NÃO SÓ NO SEU DIA MAS EM TODOS OS DIAS


LOUVEMOS E VENREMOS A ELA COM O SEU TÃO BELO HINO:



A treze de maio na cova da íriaNo céu aparece a Virgem Maria


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria


Há três pastorinhos cercada de luzVisita a Maria, mãe de Jesus


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria


A mãe vem pedir constante oraçãoPois só de Jesus nos vem a salvação


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria


Da agreste azinheira a Virgem falouE aos três a senhora tranquilos deixou


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria


Então da Senhora o nome indagaramDo céu a mãe terna bem claro escutaram


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria


Se o mundo quiserdes da guerra livrarFazei penitência de tanto pecar


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria


A Virgem lhes manda o terço rezarA fim de alcançarem da guerra o findar


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria


Com estes cuidados a mãe amorosaDo céu vem os filhos salvar carinhosa


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria


Ave, ave, ave MariaAve, ave, ave Maria!


CONVIDO A TODOS A REZAREM O TERÇO NESTE DIA ERA O SEU DESEJO




ROGAI POR NÓS SANTA MÃE DE DEUS, PARA QUE SEJAMOS DIGNOS DAS PROMESSAS DE CRISTO.

Discurso de Sua Santidade o Papa Bento XVI na Cerimônia de boas-vindas no Aeroporto Internacional Ben Gurion proferido á 11 de maio de 2009

Sr Presidente,Sr Primeiro-ministro,Seu Excelência, Damas e Cavalheiros,
Obrigado pela sua acolhida calorosa ao Estado de Israel, um terra que ésegurado divino por milhões de crentes best behaved em torno de o mundo Eu sou agradecido aoPresidente, Sr Vislumbre Peres, para dele palavras amáveis, e EU agradecer a oportunidadeque tem sido oferecido para eu vir sobre peregrinação a um terra isto é dia das bruxas poros exemplos de patriarchs e profetas, um terra que Christian guardar emparticular veneração que os definindo para o eventos do existência, morte eresurrection de Jesus Christ Eu levo meu colocação num fila comprida de Christianperegrino para estas barras, um linha que faixas costas ao o primeiro séculosdo Igreja história e que tem, Eu sou certo, continuará comprido nofuturo Eu venho, gostar tantos outros antes de eu pedir, orar à divino colocações, paraorar especialmente para paz – paz aqui na Divino Terra, e paz do começo até ao fimo mundo.
Sr Presidente, o sagrado Ver e a condição de Israel ter muitos acção valores, acima de tudo um compromisso dar religião o seu legítimo colocação na existênciade sociedade O apenas ordenando de social relações pressupor e requerum respeito para o liberdade e dignidade de todos os seres humanos, o qual Christian, Muslims e Judeus semelhante acreditar ser criado por um amando Deus e destined paraeterno existência Quando o religioso dimensão do humano pessoa é refutou oumarginalized, o muito fundação para um adequado comprendendo de inalienable direitos humanos é colocado em perigo.
Tragically, o Judaico pessoas ter experimentado o terrível consequências deideologias que negar as bases dignidade de todos humano pessoa É certoe ajuste que, durante meu ficar em casa Israel, Eu terei a oportunidade honrara memória do seis milhão Judaico vítimas do Grande quantidade, e oraressa benevolência disposição nunca mais testemunhar um crime de tal magnitude Infelizmente,anti-Semitism continua criar o seu feio cabeça em muitas partes do mundo Estaé totalmente inaceitável Todos dedicação deve ser feito para combate anti-Semitism onde quer que seja é achado, e promover respeito e estima para o membros de todospessoas, tribo, língua e nação ao longo de o esfera
Durante meu ficar em casa Jerusalém, Eu terei o prazer de encontrando muitosdeste país distinto religioso chefes Um coisa que os trêsexcelente monotheistic religiões ter em comum é um especial veneração para quedivino cidade É meu honesto esperança que todos peregrino ao divino colocações serácapaz de acesso lhes livremente e sem barreira, levar parte em religiosocerimónias e promover o conceituado upkeep de colocações de adoração sobre sagradolocais Maio as palavras de Isaiah’s profecia ser satisfazer, que muitos nações devercorrente ao montanha do casa do Lorde, que ele peça ensinar lhes dele estradas,que eles peçam passeio no seu vias – vias de paz e justiça, vias esse chumbo parareconciliação e harmonia (cf. É 22:-5).
Apesar de o nome Jerusalém meios “city de paz, é tudo demasiado evidenteque, durante décadas, paz tem tragically iludir os habitantes deste divinoterra Os olhos do mundo são sobre o povos deste região como elasluta alcançar um apenas e duradouro solução para atritos que ter causado assimmuito sofrimento As esperanças de inumerável homens, mulheres e crianças para um maissegurar e estábulo futuro depender de a consequência de negociações para paz entreIsraelita e Palestinianos Em união com pessoas de bom disposição em toda a parte, Eupleiteado com todos aquelas responsável explorar todos possível avenida na procurarpara um apenas resolução do excepcional dificuldades, de modo a que ambas povos maioviver em paz num pátria do seu próprio, dentro segurar e internacionalmentereconhecido cercaduras A este respeito, Espero e orar que um clima de maiorconfiança pode brevemente ser criado que lhe permitirá as partes fazer real progredirao longo de a estrada para paz e estabilidade.
Ao Católico bispos e dedicado aqui apresentar, EU oferecer um especialpalavra de cumprimento Neste terra, onde Peter recebido dele autorização alimentar oLorde carneiro, Eu venho como Peter sucessor para ministro entre you. Será meuespecial alegria juntar a ti para o concluindo celebrações do ano doFamília, devido a ter lugar em Nazareth, casa do Divino Família de Jesus, Marye Joseph Como eu faço disse no meu Mensagem para o Mundo Dia de Paz ano passado, ofamília é o “first e indispensável docente de paz ( não. 3), e consequentemente aquilotem um vital função jogar em saúde divisões em humano sociedade em todos classe Ao Christian comunidades na Divino Terra, Eu digo: pelo seu dedicado testemunharpara a ele o qual pregador perdão e reconciliação, pelo seu compromisso para sustentaro sacredness de todos humano existência, pode fazer um particular contribuição paraacabando as hostilidades que para desde que ter aflito esta terra EU orar queseu continuando presença em Israel e o Palestina Territórios disposição ursomuito fruta em promovendo paz e mútuo respeito entre todos os povos que vivemna terras do Bíblia.
Sr Presidente, damas e cavalheiros, mais uma vez EU obrigada para o seubem vindo e EU assegurar a ti de meu sentimentos de bom disposição Maio Deus dar dele pessoasforça Maio Deus abençoar dele pessoas com paz!



OBS: TRADUÇÃO

Fátima. O 3º segredo


Muito bem!
Resolvi escrever sobre o terceiro segredo de Fátima que já foi revelado pelo saudoso Papa João Paulo II, porém muitos do qual desconhecem ou por falta de informação ou por apenas se dizerem católicos porém não praticantes.
peço -vos disculpas pelo tamanho do artigo a seguir mas penso eu ser importante para a compreensão deste segredo.
Este documento oficial da Santa Sé eis ele:




CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ
A MENSAGEM DE FÁTIMA
APRESENTAÇÃO

Na passagem do segundo para o terceiro milénio, o Papa João Paulo II decidiu tornar público o texto da terceira parte do « segredo de Fátima ».
Depois dos acontecimentos dramáticos e cruéis do século XX, um dos mais tormentosos da história do homem, com o ponto culminante no cruento atentado ao « doce Cristo na terra », abre-se assim o véu sobre uma realidade que faz história e a interpreta na sua profundidade segundo uma dimensão espiritual, a que é refractária a mentalidade actual, frequentemente eivada de racionalismo.
A história está constelada de aparições e sinais sobrenaturais, que influenciam o desenrolar dos acontecimentos humanos e acompanham o caminho do mundo, surpreendendo crentes e descrentes. Estas manifestações, que não podem contradizer o conteúdo da fé, devem convergir para o objecto central do anúncio de Cristo: o amor do Pai que suscita nos homens a conversão e dá a graça para se abandonarem a Ele com devoção filial. Tal é a mensagem de Fátima, com o seu veemente apelo à conversão e à penitência, que leva realmente ao coração do Evangelho.
Fátima é, sem dúvida, a mais profética das aparições modernas. A primeira e a segunda parte do « segredo », que são publicadas em seguida para ficar completa a documentação, dizem respeito antes de mais à pavorosa visão do inferno, à devoção ao Imaculado Coração de Maria, à segunda guerra mundial, e depois ao prenúncio dos danos imensos que a Rússia, com a sua defecção da fé cristã e adesão ao totalitarismo comunista, haveria de causar à humanidade.
Em 1917, ninguém poderia ter imaginado tudo isto: os três pastorinhos de Fátima vêem, ouvem, memorizam, e Lúcia, a testemunha sobrevivente, quando recebe a ordem do Bispo de Leiria e a autorização de Nossa Senhora, põe por escrito.
Para a exposição das primeiras duas partes do « segredo », aliás já publicadas e conhecidas, foi escolhido o texto escrito pela Irmã Lúcia na terceira memória, de 31 de Agosto de 1941; na quarta memória, de 8 de Dezembro de 1941, ela acrescentará qualquer observação.
A terceira parte do « segredo » foi escrita « por ordem de Sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da (...) Santíssima Mãe », no dia 3 de Janeiro de 1944.
Existe apenas um manuscrito, que é reproduzido aqui fotostaticamente. O envelope selado foi guardado primeiramente pelo Bispo de Leiria. Para se tutelar melhor o « segredo », no dia 4 de Abril de 1957 o envelope foi entregue ao Arquivo Secreto do Santo Ofício. Disto mesmo, foi avisada a Irmã Lúcia pelo Bispo de Leiria.
Segundo apontamentos do Arquivo, no dia 17 de Agosto de 1959 e de acordo com Sua Eminência o Cardeal Alfredo Ottaviani, o Comissário do Santo Ofício, Padre Pierre Paul Philippe OP, levou a João XXIII o envelope com a terceira parte do « segredo de Fátima ». Sua Santidade, « depois de alguma hesitação », disse: « Aguardemos. Rezarei. Far-lhe-ei saber o que decidi ».(1)
Na realidade, a decisão do Papa João XXIII foi enviar de novo o envelope selado para o Santo Ofício e não revelar a terceira parte do « segredo ».
Paulo VI leu o conteúdo com o Substituto da Secretaria de Estado, Sua Ex.cia Rev.ma D. Ângelo Dell'Acqua, a 27 de Março de 1965, e mandou novamente o envelope para o Arquivo do Santo Ofício, com a decisão de não publicar o texto.

João Paulo II, por sua vez, pediu o envelope com a terceira parte do « segredo », após o atentado de 13 de Maio de 1981. Sua Eminência o Cardeal Franjo Seper, Prefeito da Congregação, a 18 de Julho de 1981 entregou a Sua Ex.cia Rev.ma D. Eduardo Martínez Somalo, Substituto da Secretaria de Estado, dois envelopes: um branco, com o texto original da Irmã Lúcia em língua portuguesa; outro cor-de-laranja, com a tradução do « segredo » em língua italiana. No dia 11 de Agosto seguinte, o Senhor D. Martínez Somalo devolveu os dois envelopes ao Arquivo do Santo Ofício.(2)
Como é sabido, o Papa João Paulo II pensou imediatamente na consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria e compôs ele mesmo uma oração para o designado « Acto de Entrega », que seria celebrado na Basílica de Santa Maria Maior a 7 de Junho de 1981, solenidade de Pentecostes, dia escolhido para comemorar os 1600 anos do primeiro Concílio Constantinopolitano e os 1550 anos do Concílio de Éfeso. O Papa, forçadamente ausente, enviou uma radiomensagem com a sua alocução. Transcrevemos a parte do texto, onde se refere exactamente o acto de entrega:
« Ó Mãe dos homens e dos povos, Vós conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo, acolhei o nosso brado, dirigido no Espírito Santo directamente ao vosso Coração, e abraçai com o amor da Mãe e da Serva do Senhor aqueles que mais esperam por este abraço e, ao mesmo tempo, aqueles cuja entrega também Vós esperais de maneira particular. Tomai sob a vossa protecção materna a família humana inteira, que, com enlevo afectuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe. Que se aproxime para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança ». (3)
Mas, para responder mais plenamente aos pedidos de Nossa Senhora, o Santo Padre quis, durante o Ano Santo da Redenção, tornar mais explícito o acto de entrega de 7 de Junho de 1981, repetido em Fátima no dia 13 de Maio de 1982. E, no dia 25 de Março de 1984, quando se recorda o fiat pronunciado por Maria no momento da Anunciação, na Praça de S. Pedro, em união espiritual com todos os Bispos do mundo precedentemente « convocados », o Papa entrega ao Imaculado Coração de Maria os homens e os povos, com expressões que lembram as palavras ardorosas pronunciadas em 1981:
« E por isso, ó Mãe dos homens e dos povos, Vós que conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós que sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo contemporâneo, acolhei o nosso clamor que, movidos pelo Espírito Santo, elevamos directamente ao vosso Coração: Abraçai, com amor de Mãe e de Serva do Senhor, este nosso mundo humano, que Vos confiamos e consagramos, cheios de inquietude pela sorte terrena e eterna dos homens e dos povos.
De modo especial Vos entregamos e consagramos aqueles homens e aquelas nações que desta entrega e desta consagração têm particularmente necessidade.
“À vossa protecção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus”! Não desprezeis as súplicas que se elevam de nós que estamos na provação! ».
Depois o Papa continua com maior veemência e concretização de referências, quase comentando a Mensagem de Fátima nas suas predições infelizmente cumpridas:
« Encontrando-nos hoje diante Vós, Mãe de Cristo, diante do vosso Imaculado Coração, desejamos, juntamente com toda a Igreja, unir-nos à consagração que, por nosso amor, o vosso Filho fez de Si mesmo ao Pai: “Eu consagro-Me por eles — foram as suas palavras — para eles serem também consagrados na verdade” (Jo 17, 19). Queremos unir-nos ao nosso Redentor, nesta consagração pelo mundo e pelos homens, a qual, no seu Coração divino, tem o poder de alcançar o perdão e de conseguir a reparação.
A força desta consagraçãopermanece por todos os tempos e abrange todos os homens, os povos e as nações; e supera todo o mal, que o espírito das trevas é capaz de despertar no coração do homem e na sua história e que, de facto, despertou nos nossos tempos.
Oh quão profundamente sentimos a necessidade de consagração pela humanidade e pelo mundo: pelo nosso mundo contemporâneo, em união com o próprio Cristo! Na realidade, a obra redentora de Cristo deve ser participada pelo mundo por meio da Igreja.
Manifesta-o o presente Ano da Redenção: o Jubileu extraordinário de toda a Igreja.
Neste Ano Santo, bendita sejais acima de todas as criaturas Vós, Serva do Senhor, que obedecestes da maneira mais plena ao chamamento Divino!
Louvada sejais Vós, que estais inteiramente unida à consagração redentora do vosso Filho!
Mãe da Igreja! Iluminai o Povo de Deus nos caminhos da fé, da esperança e da caridade! Iluminai de modo especial os povos dos quais Vós esperais a nossa consagração e a nossa entrega. Ajudai-nos a viver na verdade da consagração de Cristo por toda a família humana do mundo contemporâneo.
Confiando-Vos, ó Mãe, o mundo, todos os homens e todos os povos, nós Vos confiamos também a própria consagração do mundo, depositando-a no vosso Coração materno.
Oh Imaculado Coração! Ajudai-nos a vencer a ameaça do mal, que se enraíza tão facilmente nos corações dos homens de hoje e que, nos seus efeitos incomensuráveis, pesa já sobre a vida presente e parece fechar os caminhos do futuro!
Da fome e da guerra, livrai-nos!
Da guerra nuclear, de uma autodestruição incalculável, e de toda a espécie de guerra, livrai-nos!
Dos pecados contra a vida do homem desde os seus primeiros instantes, livrai-nos!
Do ódio e do aviltamento da dignidade dos filhos de Deus, livrai-nos!
De todo o género de injustiça na vida social, nacional e internacional, livrai-nos!
Da facilidade em calcar aos pés os mandamentos de Deus, livrai-nos!
Da tentativa de ofuscar nos corações humanos a própria verdade de Deus, livrai-nos!
Da perda da consciência do bem e do mal, livrai-nos!
Dos pecados contra o Espírito Santo, livrai-nos, livrai-nos!
Acolhei, ó Mãe de Cristo, este clamor carregado do sofrimento de todos os homens! Carregado do sofrimento de sociedades inteiras!
Ajudai-nos com a força do Espírito Santo a vencer todo o pecado: o pecado do homem e o “pecado do mundo”, enfim o pecado em todas as suas manifestações.
Que se revele uma vez mais, na história do mundo, a força salvífica infinita da Redenção: a força do Amor misericordioso! Que ele detenha o mal! Que ele transforme as consciências! Que se manifeste para todos, no vosso Imaculado Coração, a luz da Esperança! ».(4)
A Irmã Lúcia confirmou pessoalmente que este acto, solene e universal, de consagração correspondia àquilo que Nossa Senhora queria: « Sim, está feita tal como Nossa Senhora a pediu, desde o dia 25 de Março de 1984 » (carta de 8 de Novembro de 1989). Por isso, qualquer discussão e ulterior petição não tem fundamento.
Na documentação apresentada, para além das páginas manuscritas da Irmã Lúcia inserem-se mais quatro textos: 1) A carta do Santo Padre à Irmã Lúcia, datada de 19 de Abril de 2000; 2) Uma descrição do colóquio que houve com a Irmã Lúcia no dia 27 de Abril de 2000; 3) A comunicação lida, por encargo do Santo Padre, por Sua Eminência o Cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado, em Fátima no dia 13 de Maio deste ano; 4) O comentário teológico de Sua Eminência o Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
Uma orientação para a interpretação da terceira parte do « segredo » tinha sido já oferecida pela Irmã Lúcia, numa carta dirigida ao Santo Padre a 12 de Maio de 1982, onde dizia:
« A terceira parte do segredo refere-se às palavras de Nossa Senhora: “Se não, [a Rússia] espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas” (13-VII-1917).
A terceira parte do segredo é uma revelação simbólica, que se refere a este trecho da Mensagem, condicionada ao facto de aceitarmos ou não o que a Mensagem nos pede: “Se atenderem a meus pedidos, a Rússia converter-se-á e terão paz; se não, espalhará os seus erros pelo mundo, etc”.
Porque não temos atendido a este apelo da Mensagem, verificamos que ela se tem cumprido, a Rússia foi invadindo o mundo com os seus erros. E se não vemos ainda, como facto consumado, o final desta profecia, vemos que para aí caminhamos a passos largos. Se não recuarmos no caminho do pecado, do ódio, da vingança, da injustiça atropelando os direitos da pessoa humana, da imoralidade e da violência, etc.
E não digamos que é Deus que assim nos castiga; mas, sim, que são os homens que para si mesmos se preparam o castigo. Deus apenas nos adverte e chama ao bom caminho, respeitando a liberdade que nos deu; por isso os homens são responsáveis».(5)

A decisão tomada pelo Santo Padre João Paulo II de tornar pública a terceira parte do « segredo » de Fátima encerra um pedaço de história, marcado por trágicas veleidades humanas de poder e de iniquidade, mas permeada pelo amor misericordioso de Deus e pela vigilância cuidadosa da Mãe de Jesus e da Igreja.
Acção de Deus, Senhor da história, e corresponsabilidade do homem, no exercício dramático e fecundo da sua liberdade, são os dois alicerces sobre os quais se constrói a história da humanidade.
Ao aparecer em Fátima, Nossa Senhora faz-nos apelo a estes valores esquecidos, a este futuro do homem em Deus, do qual somos parte activa e responsável.

Tarcisio Bertone, SDB
Arcebispo emérito de Vercelli
Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé



O « SEGREDO » DE FÁTIMA


PRIMEIRA E SEGUNDA PARTE DO « SEGREDO » SEGUNDO A REDACÇÃO FEITA PELA IRMÃ LÚCIA NA « TERCEIRA MEMÓRIA »
(transcrição) (6)

Terei para isso que falar algo do segredo e responder ao primeiro ponto de interrogação.
O que é o segredo?
Parece-me que o posso dizer, pois que do Céu tenho já a licença. Os representantes de Deus na terra, têm-me autorizado a isso várias vezes, e em várias cartas, uma das quais, julgo que conserva V. Ex.cia Rev.ma do Senhor Padre José Bernardo Gonçalves, na em que me manda escrever ao Santo Padre. Um dos pontos que me indica é a revelação do segredo. Algo disse, mas para não alongar mais esse escrito que devia ser breve, limitei-me ao indispensável, deixando a Deus a oportunidade d'um momento mais favorável.
Expus já no segundo escrito a dúvida que de 13 de Junho a 13 de Julho me atormentou e que n'essa aparição tudo se desvaneceu.
Bem o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais vou revelar.
A primeira foi pois a vista do inferno!
Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fôgo que parcia estar debaixo da terra. Mergulhados em êsse fôgo os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronziadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que d'elas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faulhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dôr e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios destinguiam-se por formas horríveis e ascrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa bôa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promeça de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.
Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza:
— Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores, para as salvar, Deus quer establecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra peor. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sufrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será consedido ao mundo algum tempo de paz.(7)



TERCEIRA PARTE DO « SEGREDO »
(transcrição) (8)

« J.M.J.
A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na Cova da Iria-Fátima.
Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe.
Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fôgo em a mão esquerda; ao centilar, despedia chamas que parecia iam encendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n'uma luz emensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as pessoas n'um espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”. Varios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de juelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, n'êles recolhiam o sangue dos Martires e com êle regavam as almas que se aproximavam de Deus.
Tuy-3-1-1944 ».



INTERPRETAÇÃO DO « SEGREDO »
COLÓQUIO
COM A IRMÃ MARIA LÚCIA DE JESUS E DO CORAÇÃO IMACULADO

O encontro da Irmã Lúcia com Sua Ex.cia Rev.ma D. Tarcisio Bertone, Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, por encargo recebido do Santo Padre, e Sua Ex.cia Rev.ma D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima, teve lugar a 27 de Abril passado (uma quinta-feira), no Carmelo de Santa Teresa em Coimbra.
A Irmã Lúcia estava lúcida e calma, dizendo-se muito feliz com a ida do Santo Padre a Fátima para a Beatificação de Francisco e Jacinta, há muito desejada por ela.
O Bispo de Leiria-Fátima leu a carta autógrafa do Santo Padre, que explicava os motivos da visita. A Irmã Lúcia disse sentir-se muito honrada, e releu pessoalmente a carta comprazendo-se por vê-la nas suas próprias mãos. Declarou-se disposta a responder francamente a todas as perguntas.
Então, o Senhor D. Tarcisio Bertone apresenta-lhe dois envelopes: um exterior que tinha dentro outro com a carta onde estava a terceira parte do « segredo » de Fátima. Tocando esta segunda com os dedos, logo exclamou: « É a minha carta », e, depois de a ler, acrescentou: « É a minha letra ».
Com o auxílio do Bispo de Leiria-Fátima, foi lido e interpretado o texto original, que é em língua portuguesa. A Irmã Lúcia concorda com a interpretação segundo a qual a terceira parte do « segredo » consiste numa visão profética, comparável às da história sagrada. Ela reafirma a sua convicção de que a visão de Fátima se refere sobretudo à luta do comunismo ateu contra a Igreja e os cristãos, e descreve o imane sofrimento das vítimas da fé no século XX.
À pergunta: « A personagem principal da visão é o Papa? », a Irmã Lúcia responde imediatamente que sim e recorda como os três pastorinhos sentiam muita pena pelo sofrimento do Papa e Jacinta repetia: « Coitadinho do Santo Padre. Tenho muita pena dos pecadores! » A Irmã Lúcia continua: « Não sabíamos o nome do Papa; Nossa Senhora não nos disse o nome do Papa. Não sabíamos se era Bento XV, Pio XII, Paulo VI ou João Paulo II, mas que era o Papa que sofria e isso fazia-nos sofrer a nós também ».
Quanto à passagem relativa ao Bispo vestido de branco, isto é, ao Santo Padre — como logo perceberam os pastorinhos durante a « visão » — que é ferido de morte e cai por terra, a irmã Lúcia concorda plenamente com a afirmação do Papa: « Foi uma mão materna que guiou a trajectória da bala e o Santo Padre agonizante deteve-se no limiar da morte » (João Paulo II, Meditação com os Bispos Italianos, a partir da Policlínica Gemelli, 13 de Maio de 1994).
Uma vez que a Irmã Lúcia, antes de entregar ao Bispo de Leiria-Fátima de então o envelope selado com a terceira parte do « segredo », tinha escrito no envelope exterior que podia ser aberto somente depois de 1960 pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria, o Senhor D. Bertone pergunta-lhe: « Porquê o limite de 1960? Foi Nossa Senhora que indicou aquela data? ».Resposta da Irmã Lúcia: « Não foi Nossa Senhora; fui eu que meti a data de 1960 porque, segundo intuição minha, antes de 1960 não se perceberia, compreender-se-ia somente depois. Agora pode-se compreender melhor. Eu escrevi o que vi; não compete a mim a interpretação, mas ao Papa ».
Por último, alude-se ao manuscrito, não publicado, que a Irmã Lúcia preparou para dar resposta a tantas cartas de devotos e peregrinos de Nossa Senhora. A obra intitula-se « Os apelos da Mensagem de Fátima », e contém pensamentos e reflexões que exprimem, em chave catequética e parenética, os seus sentimentos e espiritualidade cândida e simples. Perguntou-se-lhe se gostava que fosse publicado, ao que a Irmã Lúcia respondeu: « Se o Santo Padre estiver de acordo, eu fico contente; caso contrário, obedeço àquilo que decidir o Santo Padre ». A Irmã Lúcia deseja sujeitar o texto à aprovação da Autoridade Eclesiástica, esperando que o seu escrito possa contribuir para guiar os homens e mulheres de boa vontade no caminho que conduz a Deus, meta última de todo o anseio humano.
O colóquio termina com uma troca de terços: à Irmã Lúcia foi dado o terço oferecido pelo Santo Padre, e ela, por sua vez, entrega alguns terços confeccionados pessoalmente por ela.
A Bênção, concedida em nome do Santo Padre, concluiu o encontro.


COMUNICAÇÃO DE SUA EMINÊNCIA O CARD. ÂNGELO SODANO SECRETÁRIO DE ESTADO DE SUA SANTIDADE

No final da solene Concelebração Eucarística presidida por João Paulo II em Fátima, o Cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado, pronunciou em português as palavras seguintes:

Irmãos e irmãs no Senhor!
No termo desta solene celebração, sinto o dever de apresentar ao nosso amado Santo Padre João Paulo II os votos mais cordiais de todos os presentes pelo seu próximo octogésimo aniversário natalício, agradecidos pelo seu precioso ministério pastoral em benefício de toda a Santa Igreja de Deus.
Na circunstância solene da sua vinda a Fátima, o Sumo Pontífice incumbiu-me de vos comunicar uma notícia. Como é sabido, a finalidade da vinda do Santo Padre a Fátima é a beatificação dos dois Pastorinhos. Contudo Ele quer dar a esta sua peregrinação também o valor de um renovado preito de gratidão a Nossa Senhora pela protecção que Ela Lhe tem concedido durante estes anos de pontificado. É uma protecção que parece ter a ver também com a chamada terceira parte do « segredo » de Fátima.
Tal texto constitui uma visão profética comparável às da Sagrada Escritura, que não descrevem de forma fotográfica os detalhes dos acontecimentos futuros, mas sintetizam e condensam sobre a mesma linha de fundo factos que se prolongam no tempo numa sucessão e duração não especificadas. Em consequência, a chave de leitura do texto só pode ser de carácter simbólico.
A visão de Fátima refere-se sobretudo à luta dos sistemas ateus contra a Igreja e os cristãos e descreve o sofrimento imane das testemunhas da fé do último século do segundo milénio. É uma Via Sacra sem fim, guiada pelos Papas do século vinte.
Segundo a interpretação dos pastorinhos, interpretação confirmada ainda recentemente pela Irmã Lúcia, o « Bispo vestido de branco » que reza por todos os fiéis é o Papa. Também Ele, caminhando penosamente para a Cruz por entre os cadáveres dos martirizados (bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e várias pessoas seculares), cai por terra como morto sob os tiros de uma arma de fogo.
Depois do atentado de 13 de Maio de 1981, pareceu claramente a Sua Santidade que foi « uma mão materna a guiar a trajectória da bala », permitindo que o « Papa agonizante » se detivesse « no limiar da morte » [João Paulo II, Meditação com os Bispos Italianos, a partir da Policlínica Gemelli, em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XVII-1 (Città del Vaticano 1994), 1061]. Certa ocasião em que o Bispo de Leiria-Fátima de então passara por Roma, o Papa decidiu entregar-lhe a bala que tinha ficado no jeep depois do atentado, para ser guardada no Santuário. Por iniciativa do Bispo, essa bala foi depois encastoada na coroa da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Depois, os acontecimentos de 1989 levaram, quer na União Soviética quer em numerosos Países do Leste, à queda do regime comunista que propugnava o ateísmo. O Sumo Pontífice agradece do fundo do coração à Virgem Santíssima também por isso. Mas, noutras partes do mundo, os ataques contra a Igreja e os cristãos, com a carga de sofrimento que eles provocam, infelizmente não cessaram. Embora os acontecimentos a que faz referência a terceira parte do « segredo » de Fátima pareçam pertencer já ao passado, o apelo à conversão e à penitência, manifestado por Nossa Senhora ao início do século vinte, conserva ainda hoje uma estimulante actualidade. « A Senhora da Mensagem parece ler com uma perspicácia singular os sinais dos tempos, os sinais do nosso tempo. (...) O convite insistente de Maria Santíssima à penitência não é senão a manifestação da sua solicitude materna pelos destinos da família humana, necessitada de conversão e de perdão » [João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial do Doente - 1997, n. 1, em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XIX‑2 (Città del Vaticano 1996), 561].
Para consentir que os fiéis recebam melhor a mensagem da Virgem de Fátima, o Papa confiou à Congregação para a Doutrina da Fé o encargo de tornar pública a terceira parte do « segredo », depois de lhe ter preparado um adequado comentário.
Irmãos e irmãs, damos graças a Nossa Senhora de Fátima pela sua protecção. Confiamos à sua materna intercessão a Igreja do Terceiro Milénio.

Sub tuum præsidium confugimus, Sancta Dei Genetrix! Intercede pro Ecclesia. Intercede pro Papa nostro Ioanne Paulo II. Amen.

Fátima, 13 de Maio de 2000.

COMENTÁRIO TEOLÓGICO

Quem lê com atenção o texto do chamado terceiro « segredo » de Fátima, que depois de longo tempo, por disposição do Santo Padre, é aqui publicado integralmente, ficará presumivelmente desiludido ou maravilhado depois de todas as especulações que foram feitas. Não é revelado nenhum grande mistério; o véu do futuro não é rasgado. Vemos a Igreja dos mártires deste século que está para findar, representada através duma cena descrita numa linguagem simbólica de difícil decifração. É isto o que a Mãe do Senhor queria comunicar à cristandade, à humanidade num tempo de grandes problemas e angústias? Serve-nos de ajuda no início do novo milénio? Ou não serão talvez apenas projecções do mundo interior de crianças, crescidas num ambiente de profunda piedade, mas simultaneamente assustadas pelas tempestades que ameaçavam o seu tempo? Como devemos entender a visão, o que pensar dela?

Revelação pública e revelações privadas – o seu lugar teológico
Antes de encetar uma tentativa de interpretação, cujas linhas essenciais podem encontrar-se na comunicação que o Cardeal Sodano pronunciou, no dia 13 de Maio deste ano, no fim da Celebração Eucarística presidida pelo Santo Padre em Fátima, é necessário dar alguns esclarecimentos básicos sobre o modo como, segundo a doutrina da Igreja, devem ser compreendidos no âmbito da vida de fé fenómenos como o de Fátima. A doutrina da Igreja distingue « revelação pública » e « revelações privadas »; entre as duas realidades existe uma diferença essencial, e não apenas de grau. A noção « revelação pública » designa a acção reveladora de Deus que se destina à humanidade inteira e está expressa literariamente nas duas partes da Bíblia: o Antigo e o Novo Testamento. Chama-se « revelação », porque nela Deus Se foi dando a conhecer progressivamente aos homens, até ao ponto de Ele mesmo Se tornar homem, para atrair e reunir em Si próprio o mundo inteiro por meio do Filho encarnado, Jesus Cristo. Não se trata, portanto, de comunicações intelectuais, mas de um processo vital em que Deus Se aproxima do homem; naturalmente nesse processo, depois aparecem também conteúdos que têm a ver com a inteligência e a compreensão do mistério de Deus. Tal processo envolve o homem inteiro e, por conseguinte, também a razão, mas não só ela. Uma vez que Deus é um só, também a história que Ele vive com a humanidade é única, vale para todos os tempos e encontrou a sua plenitude com a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Por outras palavras, em Cristo Deus disse tudo de Si mesmo, e portanto a revelação ficou concluída com a realização do mistério de Cristo, expresso no Novo Testamento. O Catecismo da Igreja Católica, para explicar este carácter definitivo e pleno da revelação, cita o seguinte texto de S. João da Cruz: « Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra — e não tem outra —, Deus disse-nos tudo ao mesmo tempo e de uma só vez nesta Palavra única (...) porque o que antes disse parcialmente pelos profetas, revelou-o totalmente, dando-nos o Todo que é o seu Filho. E por isso, quem agora quisesse consultar a Deus ou pedir-Lhe alguma visão ou revelação, não só cometeria um disparate, mas faria agravo a Deus, por não pôr os olhos totalmente em Cristo e buscar fora d'Ele outra realidade ou novidade » (CIC, n. 65; S. João da Cruz, A Subida do Monte Carmelo, II, 22).

O facto de a única revelação de Deus destinada a todos os povos ter ficado concluída com Cristo e o testemunho que d'Ele nos dão os livros do Novo Testamento vincula a Igreja com o acontecimento único que é a história sagrada e a palavra da Bíblia, que garante e interpreta tal acontecimento, mas não significa que agora a Igreja pode apenas olhar para o passado, ficando assim condenada a uma estéril repetição. Eis o que diz o Catecismo da Igreja Católica: « No entanto, apesar de a Revelação ter acabado, não quer dizer que esteja completamente explicitada. E está reservado à fé cristã apreender gradualmente todo o seu alcance no decorrer dos séculos » (n. 66). Estes dois aspectos — o vínculo com a unicidade do acontecimento e o progresso na sua compreensão — estão optimamente ilustrados nos discursos de despedida do Senhor, quando Ele declara aos discípulos: « Ainda tenho muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Espírito da Verdade, Ele guiar-vos-á para a verdade total, porque não falará de Si mesmo (...) Ele glorificar-Me-á, porque há-de receber do que é meu, para vo-lo anunciar » (Jo 16, 12-14). Por um lado, o Espírito serve de guia, desvendando assim um conhecimento cuja densidade não se podia alcançar antes porque faltava o pressuposto, ou seja, o da amplidão e profundidade da fé cristã, e que é tal que não estará concluída jamais. Por outro lado, esse acto de guiar é « receber » do tesouro do próprio Jesus Cristo, cuja profundidade inexaurível se manifesta nesta condução por obra do Espírito. A propósito disto, o Catecismo cita uma densa frase do Papa Gregório Magno: « As palavras divinas crescem com quem as lê » (CIC, n. 94; S. Gregório Magno, Homilia sobre Ezequiel 1, 7, 8). O Concílio Vaticano II indica três caminhos essenciais, através dos quais o Espírito Santo efectua a sua guia da Igreja e, consequentemente, o « crescimento da Palavra »: realiza‑se por meio da meditação e estudo dos fiéis, por meio da íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais, e por meio da pregação daqueles « que, com a sucessão do episcopado, receberam o carisma da verdade » (Dei Verbum, n. 8).

Neste contexto, torna-se agora possível compreender correctamente o conceito de « revelação privada », que se aplica a todas as visões e revelações verificadas depois da conclusão do Novo Testamento; nesta categoria, portanto, se deve colocar a mensagem de Fátima. Ouçamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre isto também: « No decurso dos séculos tem havido revelações ditas “privadas”, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. (...) O seu papel não é (...) “completar” a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente numa determinada época da história » (n. 67). Isto deixa claro duas coisas:

1. A autoridade das revelações privadas é essencialmente diversa da única revelação pública: esta exige a nossa fé; de facto, nela, é o próprio Deus que nos fala por meio de palavras humanas e da mediação da comunidade viva da Igreja. A fé em Deus e na sua Palavra é distinta de qualquer outra fé, crença, opinião humana. A certeza de que é Deus que fala, cria em mim a segurança de encontrar a própria verdade; uma certeza assim não se pode verificar em mais nenhuma forma humana de conhecimento. É sobre tal certeza que edifico a minha vida e me entrego ao morrer.
2. A revelação privada é um auxílio para esta fé, e manifesta-se credível precisamente porque faz apelo à única revelação pública. O Cardeal Próspero Lambertini, mais tarde Papa Bento XIV, afirma a tal propósito num tratado clássico, que se tornou normativo a propósito das beatificações e canonizações: « A tais revelações aprovadas não é devida uma adesão de fé católica; nem isso é possível. Estas revelações requerem, antes, uma adesão de fé humana ditada pelas regras da prudência, que no-las apresentam como prováveis e religiosamente credíveis ». O teólogo flamengo E. Dhanis, eminente conhecedor desta matéria, afirma sinteticamente que a aprovação eclesial duma revelação privada contém três elementos: que a respectiva mensagem não contém nada em contraste com a fé e os bons costumes, que é lícito torná-la pública, e que os fiéis ficam autorizados a prestar-lhe de forma prudente a sua adesão [E. Dhanis, Sguardo su Fatima e bilancio di una discussione, em: La Civiltà Cattolica, CIV (1953-II), 392-406, especialmente 397]. Tal mensagem pode ser um válido auxílio para compreender e viver melhor o Evangelho na hora actual; por isso, não se deve transcurar. É uma ajuda que é oferecida, mas não é obrigatório fazer uso dela.

Assim, o critério para medir a verdade e o valor duma revelação privada é a sua orientação para o próprio Cristo. Quando se afasta d'Ele, quando se torna autónoma ou até se faz passar por outro desígnio de salvação, melhor e mais importante que o Evangelho, então ela certamente não provém do Espírito Santo, que nos guia no âmbito do Evangelho e não fora dele. Isto não exclui que uma revelação privada realce novos aspectos, faça surgir formas de piedade novas ou aprofunde e divulgue antigas. Mas, em tudo isso, deve tratar-se sempre de um alimento para a fé, a esperança e a caridade, que são, para todos, o caminho permanente da salvação. Podemos acrescentar que frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e nela se reflectem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de Jesus. Numa determinada perspectiva, pode-se afirmar que, na relação entre liturgia e piedade popular, está delineada a relação entre revelação pública e revelações privadas: a liturgia é o critério, a forma vital da Igreja no seu conjunto alimentada directamente pelo Evangelho. A religiosidade popular significa que a fé cria raízes no coração dos diversos povos, entrando a fazer parte do mundo da vida quotidiana. A religiosidade popular é a primeira e fundamental forma de « inculturação » da fé, que deve continuamente deixar-se orientar e guiar pelas indicações da liturgia, mas que, por sua vez, a fecunda a partir do coração.

Desta forma, passámos já das especificações mais negativas, e que eram primariamente necessárias, à definição positiva das revelações privadas: Como podem classificar-se de modo correcto a partir da Escritura? Qual é a sua categoria teológica? A carta mais antiga de S. Paulo que nos foi conservada e que é também o mais antigo escrito do Novo Testamento, a primeira Carta aos Tessalonicenses, parece-me oferecer uma indicação. Lá, diz o Apóstolo: « Não extingais o Espírito, não desprezeis as profecias. Examinai tudo e retende o que for bom » (5, 19-21). Em todo o tempo é dado à Igreja o carisma da profecia, que, embora tenha de ser examinado, não pode ser desprezado. A este propósito, é preciso ter presente que a profecia, no sentido da Bíblia, não significa predizer o futuro, mas aplicar a vontade de Deus ao tempo presente e consequentemente mostrar o recto caminho do futuro. Aquele que prediz o futuro pretende satisfazer a curiosidade da razão, que deseja rasgar o véu que esconde o futuro; o profeta vem em ajuda da cegueira da vontade e do pensamento, ilustrando a vontade de Deus enquanto exigência e indicação para o presente. Neste caso, a predição do futuro tem uma importância secundária; o essencial é a actualização da única revelação, que me diz respeito profundamente: a palavra profética ora é advertência ora consolação, ou então as duas coisas ao mesmo tempo. Neste sentido, pode-se relacionar o carisma da profecia com a noção « sinais do tempo », redescoberta pelo Vaticano II: « Sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu; como é que não sabeis interpretar o tempo presente? » (Lc 12, 56). Por « sinais do tempo », nesta palavra de Jesus, deve-se entender o seu próprio caminho, Ele mesmo. Interpretar os sinais do tempo à luz da fé significa reconhecer a presença de Cristo em cada período de tempo. Nas revelações privadas reconhecidas pela Igreja — e portanto na de Fátima —, trata-se disto mesmo: ajudar-nos a compreender os sinais do tempo e a encontrar na fé a justa resposta para os mesmos.

A estrutura antropológica das revelações privadas

Tendo nós procurado, com estas reflexões, determinar o lugar teológico das revelações privadas, devemos agora, ainda antes de nos lançarmos numa interpretação da mensagem de Fátima, esclarecer, embora brevemente, o seu carácter antropológico (psicológico). A antropologia teológica distingue, neste âmbito, três formas de percepção ou « visão »: a visão pelos sentidos, ou seja, a percepção externa corpórea; a percepção interior; e a visão espiritual (visio sensibilis, imaginativa, intellectualis). É claro que, nas visões de Lourdes, Fátima, etc, não se trata da percepção externa normal dos sentidos: as imagens e as figuras vistas não se encontram fora no espaço circundante, como está lá, por exemplo, uma árvore ou uma casa. Isto é bem evidente, por exemplo, no caso da visão do inferno (descrita na primeira parte do « segredo » de Fátima) ou então na visão descrita na terceira parte do « segredo », mas pode-se facilmente comprovar também noutras visões, sobretudo porque não eram captadas por todos os presentes, mas apenas pelos « videntes ». De igual modo, é claro que não se trata duma « visão » intelectual sem imagens, como acontece nos altos graus da mística. Trata-se, portanto, da categoria intermédia, a percepção interior que, para o vidente, tem uma força de presença tal que equivale à manifestação externa sensível.

Este ver interiormente não significa que se trata de fantasia, que seria apenas uma expressão da imaginação subjectiva. Significa, antes, que a alma recebe o toque suave de algo real mas que está para além do sensível, tornando-a capaz de ver o não-sensível, o não-visível aos sentidos: uma visão através dos « sentidos internos ». Trata-se de verdadeiros « objectos » que tocam a alma, embora não pertençam ao mundo sensível que nos é habitual. Por isso, exige-se uma vigilância interior do coração que, na maior parte do tempo, não possuímos por causa da forte pressão das realidades externas e das imagens e preocupações que enchem a alma. A pessoa é levada para além da pura exterioridade, onde é tocada por dimensões mais profundas da realidade que se lhe tornam visíveis. Talvez assim se possa compreender por que motivo os destinatários preferidos de tais aparições sejam precisamente as crianças: a sua alma ainda está pouco alterada, e quase intacta a sua capacidade interior de percepção. « Da boca dos pequeninos e das crianças de peito recebeste louvor »: esta foi a resposta de Jesus — servindo-se duma frase do Salmo 8 (v. 3) — à crítica dos sumos sacerdotes e anciãos, que achavam inoportuno o grito hossana das crianças (Mt 21, 16).

Como dissemos, a « visão interior » não é fantasia, mas uma verdadeira e própria maneira de verificação. Fá-lo, porém, com as limitações que lhe são próprias. Se, na visão exterior, já interfere o elemento subjectivo, isto é, não vemos o objecto puro mas este chega-nos através do filtro dos nossos sentidos que têm de operar um processo de tradução; na visão interior, isso é ainda mais claro, sobretudo quando se trata de realidades que por si mesmas ultrapassam o nosso horizonte. O sujeito, o vidente, tem uma influência ainda mais forte; vê segundo as próprias capacidades concretas, com as modalidades de representação e conhecimento que lhe são acessíveis. Na visão interior, há, de maneira ainda mais acentuada que na exterior, um processo de tradução, desempenhando o sujeito uma parte essencial na formação da imagem daquilo que aparece. A imagem pode ser captada apenas segundo as suas medidas e possibilidades. Assim, tais visões não são em caso algum a « fotografia » pura e simples do Além, mas trazem consigo também as possibilidades e limitações do sujeito que as apreende.

Isto é patente em todas as grandes visões dos Santos; naturalmente vale também para as visões dos pastorinhos de Fátima. As imagens por eles delineadas não são de modo algum mera expressão da sua fantasia, mas fruto duma percepção real de origem superior e íntima; nem se hão-de imaginar como se por um instante se tivesse erguido a ponta do véu do Além, aparecendo o Céu na sua essencialidade pura, como esperamos vê-lo na união definitiva com Deus. Poder-se-ia dizer que as imagens são uma síntese entre o impulso vindo do Alto e as possibilidades disponíveis para o efeito por parte do sujeito que as recebe, isto é, das crianças. Por tal motivo, a linguagem feita de imagens destas visões é uma linguagem simbólica. Sobre isto, diz o Cardeal Sodano: « Não descrevem de forma fotográfica os detalhes dos acontecimentos futuros, mas sintetizam e condensam sobre a mesma linha de fundo factos que se prolongam no tempo numa sucessão e duração não especificadas ». Esta sobreposição de tempos e espaços numa única imagem é típica de tais visões, que, na sua maioria, só podem ser decifradas a posteriori. E não é necessário que cada elemento da visão tenha de possuir uma correspondência histórica concreta. O que conta é a visão como um todo, e a partir do conjunto das imagens é que se devem compreender os detalhes. O que efectivamente constitui o centro duma imagem só pode ser desvendado, em última análise, a partir do que é o centro absoluto da « profecia » cristã: o centro é o ponto onde a visão se torna apelo e indicação da vontade de Deus.

Uma tentativa de interpretação do « segredo » de Fátima

A primeira e a segunda parte do « segredo » de Fátima foram já discutidas tão amplamente por específicas publicações, que não necessitam de ser ilustradas novamente aqui. Queria apenas chamar brevemente a atenção para o ponto mais significativo. Os pastorinhos experimentaram, durante um instante terrível, uma visão do inferno. Viram a queda das « almas dos pobres pecadores ». Em seguida, foi-lhes dito o motivo pelo qual tiveram de passar por esse instante: para « salvá-las » — para mostrar um caminho de salvação. Isto faz-nos recordar uma frase da primeira Carta de Pedro que diz: « Estais certos de obter, como prémio da vossa fé, a salvação das almas » (1, 9). Como caminho para se chegar a tal objectivo, é indicado de modo surpreendente para pessoas originárias do ambiente cultural anglo-saxónico e germânico - a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Para compreender isto, deveria bastar uma breve explicação. O termo « coração », na linguagem da Bíblia, significa o centro da existência humana, uma confluência da razão, vontade, temperamento e sensibilidade, onde a pessoa encontra a sua unidade e orientação interior. O « coração imaculado » é, segundo o evangelho de Mateus (5, 8), um coração que a partir de Deus chegou a uma perfeita unidade interior e, consequentemente, « vê a Deus ». Portanto, « devoção » ao Imaculado Coração de Maria é aproximar-se desta atitude do coração, na qual o fiat — « seja feita a vossa vontade » — se torna o centro conformador de toda a existência. Se porventura alguém objectasse que não se deve interpor um ser humano entre nós e Cristo, lembre-se de que Paulo não tem medo de dizer às suas comunidades: « Imitai-me » (cf. 1 Cor 4, 16; Fil 3, 17; 1 Tes 1, 6; 2 Tes 3, 7.9). No Apóstolo, elas podem verificar concretamente o que significa seguir Cristo. Mas, com quem poderemos nós aprender sempre melhor do que com a Mãe do Senhor?

Chegamos assim finalmente à terceira parte do « segredo » de Fátima, publicado aqui pela primeira vez integralmente. Como resulta da documentação anterior, a interpretação dada pelo Cardeal Sodano, no seu texto do dia 13 de Maio, tinha antes sido apresentada pessoalmente à Irmã Lúcia. A tal propósito, ela começou por observar que lhe foi dada a visão, mas não a sua interpretação. A interpretação, dizia, não compete ao vidente, mas à Igreja. No entanto, depois da leitura do texto, a Irmã Lúcia disse que tal interpretação corresponde àquilo que ela mesma tinha sentido e que, pela sua parte, reconhecia essa interpretação como correcta. Sendo assim, limitar-nos-emos, naquilo que vem a seguir, a dar de forma profunda um fundamento à referida interpretação, partindo dos critérios anteriormente desenvolvidos.

Do mesmo modo que tínhamos indentificado, como palavra-chave da primeira e segunda parte do « segredo », a frase « salvar as almas », assim agora a palavra-chave desta parte do « segredo » é o tríplice grito: « Penitência, Penitência, Penitência! » Volta-nos ao pensamento o início do Evangelho: « Pænitemini et credite evangelio » (Mc 1, 15). Perceber os sinais do tempo significa compreender a urgência da penitência, da conversão, da fé. Tal é a resposta justa a uma época histórica caracterizada por grandes perigos, que serão delineados nas sucessivas imagens. Deixo aqui uma recordação pessoal: num colóquio que a Irmã Lúcia teve comigo, ela disse-me que lhe parecia cada vez mais claramente que o objectivo de todas as aparições era fazer crescer sempre mais na fé, na esperança e na caridade; tudo o mais pretendia apenas levar a isso.
Examinemos agora mais de perto as diversas imagens. O anjo com a espada de fogo à esquerda da Mãe de Deus lembra imagens análogas do Apocalipse: ele representa a ameaça do juízo que pende sobre o mundo. A possibilidade que este acabe reduzido a cinzas num mar de chamas, hoje já não aparece de forma alguma como pura fantasia: o próprio homem preparou, com suas invenções, a espada de fogo. Em seguida, a visão mostra a força que se contrapõe ao poder da destruição: o brilho da Mãe de Deus e, de algum modo proveniente do mesmo, o apelo à penitência. Deste modo, é sublinhada a importância da liberdade do homem: o futuro não está de forma alguma determinado imutavelmente, e a imagem vista pelos pastorinhos não é, absolutamente, um filme antecipado do futuro, do qual já nada se poderia mudar. Na realidade, toda a visão acontece só para chamar em campo a liberdade e orientá-la numa direcção positiva. O sentido da visão não é, portanto, o de mostrar um filme sobre o futuro, já fixo irremediavelmente; mas exactamente o contrário: o seu sentido é mobilizar as forças da mudança em bem. Por isso, há que considerar completamente extraviadas aquelas explicações fatalistas do « segredo » que dizem, por exemplo, que o autor do atentado de 13 de Maio de 1981 teria sido, em última análise, um instrumento do plano divino predisposto pela Providência e, por conseguinte, não poderia ter agido livremente, ou outras ideias semelhantes que por aí andam. A visão fala sobretudo de perigos e do caminho para salvar-se deles.

As frases seguintes do texto mostram uma vez mais e de forma muito clara o carácter simbólico da visão: Deus permanece o incomensurável e a luz que está para além de qualquer visão nossa. As pessoas humanas são vistas como que num espelho. Devemos ter continuamente presente esta limitação inerente à visão, cujos confins estão aqui visivelmente indicados. O futuro é visto apenas « como que num espelho, de maneira confusa » (cf. 1 Cor 13, 12). Consideremos agora as diversas imagens que se sucedem no texto do « segredo ». O lugar da acção é descrito com três símbolos: uma montanha íngreme, uma grande cidade meia em ruínas e finalmente uma grande cruz de troncos toscos. A montanha e a cidade simbolizam o lugar da história humana: a história como árdua subida para o alto, a história como lugar da criatividade e convivência humana e simultaneamente de destruições pelas quais o homem aniquila a obra do seu próprio trabalho. A cidade pode ser lugar de comunhão e progresso, mas também lugar do perigo e da ameaça mais extrema. No cimo da montanha, está a cruz: meta e ponto de orientação da história. Na cruz, a destruição é transformada em salvação; ergue-se como sinal da miséria da história e como promessa para a mesma.
Aparecem lá, depois, pessoas humanas: o Bispo vestido de branco (« tivemos o pressentimento que era o Santo Padre »), outros bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas e, finalmente, homens e mulheres de todas as classes e posições sociais. O Papa parece caminhar à frente dos outros, tremendo e sofrendo por todos os horrores que o circundam. E não são apenas as casas da cidade que jazem meio em ruínas; o seu caminho é ladeado pelos cadáveres dos mortos. Deste modo, o caminho da Igreja é descrito como uma Via Sacra, como um caminho num tempo de violência, destruições e perseguições. Nesta imagem, pode-se ver representada a história dum século inteiro. Tal como os lugares da terra aparecem sinteticamente representados nas duas imagens da montanha e da cidade e estão orientados para a cruz, assim também os tempos são apresentados de forma contraída: na visão, podemos reconhecer o século vinte como século dos mártires, como século dos sofrimentos e perseguições à Igreja, como o século das guerras mundiais e de muitas guerras locais que ocuparam toda a segunda metade do mesmo, tendo feito experimentar novas formas de crueldade. No « espelho » desta visão, vemos passar as testemunhas da fé de decénios. A este respeito, é oportuno mencionar uma frase da carta que a Irmã Lúcia escreveu ao Santo Padre no dia 12 de Maio de 1982: « A terceira parte do “segredo” refere-se às palavras de Nossa Senhora: “Se não, [a Rússia] espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas” ».

Na Via Sacra deste século, tem um papel especial a figura do Papa. Na árdua subida da montanha, podemos sem dúvida ver figurados conjuntamente diversos Papas, começando de Pio X até ao Papa actual, que partilharam os sofrimentos deste século e se esforçaram por avançar, no meio deles, pelo caminho que leva à cruz. Na visão, também o Papa é morto na estrada dos mártires. Não era razoável que o Santo Padre, quando, depois do atentado de 13 de Maio de 1981, mandou trazer o texto da terceira parte do « segredo », tivesse lá identificado o seu próprio destino? Esteve muito perto da fronteira da morte, tendo ele mesmo explicado a sua salvação com as palavras seguintes: « Foi uma mão materna que guiou a trajectória da bala e o Papa agonizante deteve-se no limiar da morte » (13 de Maio de 1994). O facto de ter havido lá uma « mão materna » que desviou a bala mortífera demonstra uma vez mais que não existe um destino imutável, que a fé e a oração são forças que podem influir na história e que, em última análise, a oração é mais forte que as balas, a fé mais poderosa que os exércitos.

A conclusão do « segredo » lembra imagens, que Lúcia pode ter visto em livros de piedade e cujo conteúdo deriva de antigas intuições de fé. É uma visão consoladora, que quer tornar permeável à força sanificante de Deus uma história de sangue e de lágrimas. Anjos recolhem, sob os braços da cruz, o sangue dos mártires e com ele regam as almas que se aproximam de Deus. O sangue de Cristo e o sangue dos mártires são vistos aqui juntos: o sangue dos mártires escorre dos braços da cruz. O seu martírio realiza-se solidariamente com a paixão de Cristo, identificando-se com ela. Eles completam em favor do corpo de Cristo o que ainda falta aos seus sofrimentos (cf. Col 1, 24). A sua própria vida tornou-se eucaristia, inserindo-se no mistério do grão de trigo que morre e se torna fecundo. O sangue dos mártires é semente de cristãos, disse Tertuliano. Tal como nasceu a Igreja da morte de Cristo, do seu lado aberto, assim também a morte das testemunhas é fecunda para a vida futura da Igreja. Deste modo, a visão da terceira parte do « segredo », tão angustiante ao início, termina numa imagem de esperança: nenhum sofrimento é vão, e precisamente uma Igreja sofredora, uma Igreja dos mártires torna-se sinal indicador para o homem na sua busca de Deus. Não se trata apenas de ver os que sofrem acolhidos na mão amorosa de Deus como Lázaro, que encontrou a grande consolação e misteriosamente representa Cristo, que por nós Se quis fazer o pobre Lázaro; mas há algo mais: do sofrimento das testemunhas deriva uma força de purificação e renovamento, porque é a actualização do próprio sofrimento de Cristo e transmite ao tempo presente a sua eficácia salvífica.

Chegamos assim a uma última pergunta: O que é que significa no seu conjunto (nas suas três partes) o « segredo » de Fátima? O que é nos diz a nós? Em primeiro lugar, devemos supor, como afirma o Cardeal Sodano, que « os acontecimentos a que faz referência a terceira parte do “segredo” de Fátima parecem pertencer já ao passado ». Os diversos acontecimentos, na medida em que lá são representados, pertencem já ao passado. Quem estava à espera de impressionantes revelações apocalípticas sobre o fim do mundo ou sobre o futuro desenrolar da história, deve ficar desiludido. Fátima não oferece tais satisfações à nossa curiosidade, como, aliás, a fé cristã em geral que não pretende nem pode ser alimento para a nossa curiosidade. O que permanece — dissemo-lo logo ao início das nossas reflexões sobre o texto do « segredo » — é a exortação à oração como caminho para a « salvação das almas », e no mesmo sentido o apelo à penitência e à conversão.

Queria, no fim, tomar uma vez mais outra palavra-chave do « segredo » que justamente se tornou famosa: « O meu Imaculado Coração triunfará ». Que significa isto? Significa que este Coração aberto a Deus, purificado pela contemplação de Deus, é mais forte que as pistolas ou outras armas de qualquer espécie. O fiat de Maria, a palavra do seu Coração, mudou a história do mundo, porque introduziu neste mundo o Salvador: graças àquele « Sim », Deus pôde fazer-Se homem no nosso meio e tal permanece para sempre. Que o maligno tem poder neste mundo, vemo-lo e experimentamo-lo continuamente; tem poder, porque a nossa liberdade se deixa continuamente desviar de Deus. Mas, desde que Deus passou a ter um coração humano e deste modo orientou a liberdade do homem para o bem, para Deus, a liberdade para o mal deixou de ter a última palavra. O que vale desde então, está expresso nesta frase: « No mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo » (Jo 16, 33). A mensagem de Fátima convida a confiar nesta promessa.

Joseph Card. Ratzinger
Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé



(1) Lê-se no diário de João XXIII, a 17 de Agosto de 1959: « Audiências: P. Philippe, Comissário do S.O., que me traz a carta que contém a terceira parte dos segredos de Fátima. Reservo-me de a ler com o meu Confessor ».

(2) Vale a pena recordar o comentário feito pelo Santo Padre, na Audiência Geral de 14 de Outubro de 1981, sobre « O acontecimento de Maio: grande prova divina », em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, IV‑2 (Città del Vaticano 1981), 409-412; cf. L'Osservatore Romano (ed. portuguesa de 18-X-1981), 484.

(3) Radiomensagem durante o rito, na Basílica de Santa Maria Maior, « Veneração, agradecimento, entrega à Virgem Maria Theotokos », em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, IV-1 (Città del Vaticano 1981), 1246; cf. L'Osservatore Romano (ed. portuguesa de 14-VI-1981), 302.

(4) Na Jornada Jubilar das Famílias, o Papa entrega a Nossa Senhora os homens e as nações: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, VII-1 (Città del Vaticano 1984), 775-777; cf. L'Osservatore Romano (ed. portuguesa de 1-IV-1984), 157 e 160.

(5) Texto original da carta:

(6) Na « quarta memória », de 8 de Dezembro de 1941, a Irmã Lúcia escreve: « Começo pois a minha nova tarefa, e cumprirei as ordens de V. Ex.cia Rev.ma e os desejos do Senhor Dr. Galamba. Excetuando a parte do segredo que por agora não me é permitido revelar, direi tudo; advertidamente não deixarei nada. Suponho que poderão esquecer-me apenas alguns pequenos detalhes de mínima importância ».
Texto original:

(7) Na citada « quarta memória », a Irmã Lúcia acrescenta: « Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé etc. ».
Texto original:

(8) Na transcrição, respeitou-se o texto original mesmo quando havia erros e imprecisões de escrita e pontuação, os quais, aliás, não impedem a compreensão daquilo que a vidente quis dizer.